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Gatos poderão viver mais (e melhor) com tecnologia de IA dos japoneses

Luís Guedes
Luís Guedes
Tempo de leitura: 3 min.

Diz-se que o cão é o melhor amigo do homem, mas os gatos também são grandes companheiros para muitas pessoas. Por isso mesmo, no Japão, tem sido usada a Inteligência Artificial (IA), de forma a preservar os animais durante o máximo tempo possível.

Estima-se que, em terras nipónicas, haja mais de 9 milhões de gatos de estimação. Isso é sintomático de um grande carinho pelos gatos, tanto que o objetivo desta nova IA é conseguir rastrear o quotidiano destes pequenos felinos.

A coleira Catlog vai ter um recurso de análise de sono

De acordo com a Nikkei Asia, uma das empresas que trabalha nesta área chama-se “Rabo” e consegue estudar a rotina, o apetite e muitos outros dados, graças a uma coleira inteligente, chamada Catlog. É expectável que, durante este mês, ainda chegue um recurso de análise de sono.

Através destas informações, o sistema inteligente consegue comparar com o padrão normal de um gato, o que ajuda a detetar se o teu animal de estimação tem algum problema. A base de comparação tem dezenas de milhares de dados relativos a outros gatos.

O objetivo de criar este sistema de IA é bastante nobre, tal como sugerem as palavras do criador. Segundo Yukiko Iyo, “os gatos do Japão estão a envelhecer e estamos a usar a tecnologia para ajudá-los a permanecer com os seus donos o maior tempo possível”.

Acerca desta preocupação com os gatos, também salta à vista o trabalho de outras startups japonesas, que parecem empenhadas em dar-lhes a maior qualidade de vida possível. A Uniam vai lançar quatro tipos diferentes de guloseimas, que contêm probióticos e outro tipo de componentes voltados para a saúde intestinal.

Só neste ano fiscal, é de esperar que a empresa venda 430 mil saquetas deste tipo de alimento. Na prática, isso traduz-se num encaixe a rondar os 317 000€. Mais uma vez, a intenção é semelhante: “apoiar a saúde dos gatos idosos através de alimentação e cuidados veterinários”, segundo o CEO Ai Sugimoto.

Gatos Relva

Os gatos de estimação superaram os cães em número pela primeira vez em 2014, no Japão

Esta grande aposta do Japão em cuidados com gatos espelha a tendência que os números evidenciam no país. Em 2014, pela primeira vez na história do Japão, o número de gatos de estimação passou à frente dos cães.

Desde aí, os números têm crescido cada vez mais. Tanto assim é que, num espaço de 9 anos, a quantidade de pequenos felinos aumentou de 8,42 milhões para 9,06 milhões. Espera-se que a tendência se vá mantendo, também em 2024.

Este crescimento pode suscitar alguma curiosidade acerca do motivo que levou a tal. No entanto, há uma razão que, no entender de Toshiki Yamamoto, da Associação Japonesa de Alimentos para Animais de Estimação, teve muito peso.

“A procura por animais de estimação cresceu durante a pandemia da COVID-19, à medida que as pessoas passaram mais tempo em casa. Mais pessoas começaram a ter gatos de estimação, que são considerados menos trabalhosos do que cães" (via Nikkei Asia).

Associado a esta procura crescente por gatos de companhia, também a esperança média de vida do animal tem vindo a crescer. No ano de 2023, terá atingido os 15,79 anos, o que corresponde a praticamente 80 anos num ser humano.

Há uma app que deteta sinais de dor no gato

Ainda assim, um problema associado a gatos é o nem sempre ser fácil detetar os seus sinais de dor. Posto isto, quando o ser humano não consegue, entra a IA. Neste caso, a Carelogy, que criou uma app que identifica dor através de Inteligência Artificial.

Nesta aplicação, foram compiladas milhares de fotografias de gatos, em que se evidenciam sinais de dor. Desde as orelhas abertas a outros movimentos corporais do gato, a app consegue detetar o desconforto.

O esforço para ajudar os gatos, no Japão, continua a ser bem evidente e parece que é para continuar. Desta forma, utiliza-se a IA como ferramenta capaz de dar mais anos de vida a estes amigos de quatro patas.

Luís Guedes
Luís Guedes
É apaixonado pela escrita. Desde tecnologia, a entretenimento, passando sempre pela música e pelos livros, o Luís é fascinado por tornar o complexo em simples e o simples em ainda mais simples.