O novo paradigma laboral

De um lado a mão-de-obra humana, de outro, os robôs industriais, cada vez mais eficientes e capazes de executar tarefas elaboradas. Os mercados apenas se preocupam com uma coisa, o lucro e uma das melhores formas de o reforçar passa pelo incremento da eficiência.

Ao passo que os robôs se tornam cada vez mais eficientes e que a automação se afirmou como ferramenta útil e mesmo essencial para alcançar as quotas de produção cada vez mais elevadas, é a mão-de-obra humana que tem sofrido.

Com efeito, a Foxconn empregava cerca de 1.2 milhões de pessoas no ano passado e, assim que atinjam a última etapa do seu plano de automação, será mais de 1 milhão de pessoas que vão perder o seu emprego, sendo substituídos pelos Foxbots.

A importância dos robôs industriais é inegável. São uma solução excelente para reduzir os custos de produção, aumentar a produtividade e eliminar as margens de erro na linha de produção. Mais ainda, estas máquinas evoluem a olhos vistos de dia para dia. Contudo, apesar de todas as suas virtudes, é o próprio Diretor-Geral Dai Jia-peng da Foxconn que nos diz que estes robôs industriais não serão capazes de substituir completamente os trabalhadores humanos devido à flexibilidade e capacidade de alternar entre tarefas que apenas um ser humano é capaz de fazer. Ademais, re-programar um robô para executar várias tarefas, ou simplesmente uma nova tarefa, é um processo demorado e dispendioso.

Seja como for, a automação laboral, começando pela indústria e pelas linhas de produção, terá um serio impacto na actual acepção de trabalho e condições laborais, sobretudo com o acelerado ritmo de evolução tecnológica.

Este fenómeno, longe de ser isolado, já se faz sentir também nos EUA, onde cerca de 47% dos postos de trabalho estão em risco devido à automação. Esta é uma realidade que teremos de aceitar e procurar formas de mitigar este impacto.

A solução passará pela adaptação, pela implementação de medidas como o Rendimento Básico Universal e pela adaptação da massa laboral ao novo paradigma. Os robôs vieram para ficar, resta saber qual será o papel e lugar do ser humano.