Ao que tudo indica, a Autoridade Tributária (AT) vai atuar de forma mais evoluída, em termos tecnológicos. Graças a ferramentas de Inteligência Artificial (IA), o objetivo vai passar por sinalizar “os contribuintes e as situações objeto de inspeção”.
Quem o refere é a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais. A explicação de Cláudia Reis Duarte foi dada numa audição da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), no Parlamento (via Jornal ECO).
Cláudia Reis Duarte considera que a IA vai ser muito importante
Na sua intervenção, a secretária de Estado admitiu que “as ferramentas de IA podem e vão ser muito importantes na administração tributária porque vão permitir uma melhor construção das matrizes de risco e dos critérios de risco para depois selecionar os contribuintes e as situações objeto de inspeção”.
Trata-se de uma aposta de futuro, mas isso não quer dizer que os trabalhos já não estejam a ser feitos. Tanto assim é que a própria dá conta que, nesta fase, o Governo já tem vindo a trabalhar nesse assunto.
Segundo Ricardo Xavier Correia, da consultora EY, esta utilização de IA vai ser fulcral para identificar “inconsistências no reporte contributivo com base em análise massiva de dados internos e externos (por exemplo, usando dados de transações financeiras) e identificação de padrões de comportamentos propensos à evasão fiscal”.
IRS pode ficar mais simples
Para além disso, também é expectável que a própria realização do IRS fique bem mais simples. Graças aos recursos de IA, prevê-se que as “dores de cabeça” diminuam e que o processo fique muito mais simples e automatizado.
Em adição a isso, Ricardo Xavier Correia dá conta que a IA servirá como uma espécie de “apoio ao contribuinte”. Ou seja, em alguns casos, para aliviar a pressão sobre os funcionários, a tecnologia ajudará a resolver alguns problemas, o que pode ser útil em alturas mais concorridas.
O envelhecimento dos funcionários é uma preocupação
A utilidade é inegável, no entanto, nem só por isso a aposta em IA é considerada necessária. Isto porque, como refere Cláudia Reis Duarte, não há como não reparar no envelhecimento dos funcionários do setor.
À luz do que refere a mesma fonte, a idade média tem vindo a aumentar, o que pode ser um problema já a curto ou médio prazo. Por isso mesmo, uma outra abordagem serve como uma forma de renovar um setor cada vez mais envelhecido.
