Facebook quer saber se os teus amigos estão a ficar extremistas na rede social

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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O Facebook perguntará aos utilizadores se os seus amigos estão a tornar-se extremistas. Além disso, a rede social de Mark Zuckerberg já está alertar os utilizadores que possam ter sido expostos a conteúdo considerado como extremista na sua plataforma.

A rede social perguntará diretamente ao utilizador se acha que os seus contactos na plataforma (amigos) têm assumido posturas extremistas intrinsecamente relacionadas com a política. É a mais recente tomada de ação da tecnológica erradicar tais conteúdos.

Os teus "amigos" tornaram-se extremistas?

As redes sociais tornaram-se num ambiente politizado, dividido e clubista onde a tolerância é pouco mais que um chavão de marketing. Em especial, a discussão política à escala global assumiria um dos vetores mais polémicos nesta plataforma.

Como tal, várias redes sociais como o Twitter e Facebook têm tomado mais ações com o intuito de moderar este tipo de discussões e conteúdos nas suas plataformas. Agora, o Facebook está preocupado com a possibilidade de os teus amigos e conhecidos se estarem a tornar extremistas e a usar esta rede social para divulgar conteúdos que possam ser vistos como tal.

Com efeito, a gigante tecnológica já começou a apresentar alguns prompts, janelas flutuantes ou pop-ups nos Estados Unidos da América como parte de um programa piloto. De igual modo, o Facebook também já avisa os utilizadores quando estes possam ter sido expostos a conteúdo classificado como extremista, sobretudo no discurso político.

Estas ações começaram na última quinta-feira (1), de acordo com um porta-voz da rede social.

Avisos gerados pelo algoritmo de IA do Facebook

Os alertas são de duas ordens. O primeiro avisa o utilizador da possível exposição a conteúdos extremistas. A segunda questiona diretamente o utilizador se este conhece algum extremista na rede social. Como justificativa, a plataforma afirma que "queremos prevenir o extremismo no Facebook. Outros utilizadores na mesma situação receberam ajuda confidencial".

Outro dos alertas, de teor similar afirma o seguinte: "Grupos violentes tentam manipular a tua frustração e descontentamento. Tu podes tomar ação agora para te proteger a ti e aos outros".

Em ambos os casos são fornecidas ligações (links) com mais recursos de ajuda.

Parte da sociedade tem clamado por um maior controlo das redes sociais

A recente tomada de ação por parte do Facebook vem no seguimento da crescente pressão sobre as grandes tecnológicas. Seja a Google, Twitter ou o Facebook, há vários anos que se clama por uma ação firme e regulatória para controlar as redes sociais.

A gota de água ocorreu em janeiro último com os desacatos que rodearam o Capitólio, o coração da política norte-americana. Desde então, as plataformas têm redobrado o escrutínio dos conteúdos publicados, admoestando os utilizadores ou removendo e bloqueando perfis com maior agilidade.

Esta ação do Facebook está ainda na fase de projeto-piloto. No entanto, é expectável que a mesma se estenda a mais países e regiões, apelando diretamente aos utilizadores para a deteção e denúncia de extremismos na sua plataforma.

Controlo de conteúdo será mais apertado no Facebook

O Facebook quer erradicar o conteúdo violento e extremista da sua rede social. Quer combater os grupos mais violentes e a apologia à violência que, nos últimos anos, tem assumido uma justificação maioritariamente política.

"Este teste integra um trabalho ainda maior que visa apurar novas formas de providenciar recursos e suporte às pessoas no Facebook que possam ter interagido ou sido expostas a conteúdo extremista". Afirmações feitas por um porta-voz do Facebook.

"Estamos a colaborar com ONG's e vários peritos académicos neste campo e contamos ter mais novidades para partilhar em breve", acrescenta. Este compromisso é reiterado na Newsroom da gigante norte-americana.

O mesmo curso de ação é seguido no YouTube, Google e Twitter, entre outras plataformas tecnológicas.

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.