Facebook Messenger porque existes?

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 5 min.

Esta aplicação já existe há bastante tempo mas como muitos de vocês já devem ter reparado, recentemente o Facebook começou a impingi-la a toda a força na plataforma mobile. Falo em nome próprio quando digo "Má jogada Facebook, má jogada..."

A notícia de que o Facebook irá forçar o uso da sua aplicação de mensagens instantâneas já corre há boas semanas, mas felizmente isto não irá afectar todo o mundo. Esta manobra será implementada nos mercados mais desenvolvidos e dirigida aos actuais dispositivos de gama alta, pelo menos isso.

Tudo começou há duas semanas, quando dei de caras com esta imagem. Ser interpelado por um castor apressado pode parecer muito simpático, mas a sua persistência é digna de uma mula velha. Todas as vezes que recebia alguma mensagem no chat do Facebook, no smartphone ou tablet lá estava ele incansável a pregar a sua mensagem de mudança.

Já antes tinha usado esta aplicação e pensei:

Podia dar lhe uma hipótese e experimentar, ver o que mudou e o que melhorou!

Bem, castor simpático, vamos lá ver o que tens para mim! Próxima paragem: Google Play Store

Não devemos ser precipitados e julgar um livro pela sua capa! Excepto quando perto de 1 milhão de pessoas atribui a classificação mínima a esta aplicação, aí estejam à vontade para ficar desconfiados.

Tantas permissões, mas quem precisa de privacidade?

As permissões exigidas pelas aplicações são um tema sensível, os developers ou criadores, percorrem constantemente uma fina linha entre fornecerem demasiada informação sobre o que a sua aplicação faz, correndo o risco de baralhar os utilizadores, ou então quando fornecem muito pouca informação sobre o que a aplicação fará e ao que terá acesso.

Se por um lado algumas das permissões exigidas pelo Facebook Messenger fazem sentido, é uma aplicação muito versátil que lhe permite tirar e enviar fotos/vídeos, ficheiros, stickers e mais uma panóplia de coisas. Daí necessitar de acesso ao microfone, câmara, galeria, lista telefónica, GPS para partilhar a sua localização. Estas fazem todo o sentido, mas por exemplo, acesso ás suas SMS?( ver imagem acima)

" Utiliza uma ou várias permissões de SMS/MMS. Podem ser aplicados custos".

Isto parece-me excessivo, até porque o Facebook Messenger não funciona como uma aplicação nativa de SMS.

A explicação oficial da Facebook afirma que a aplicação Facebook Messenger só usa essa permissão, só acede às suas SMS/MMS quando você adiciona um número à sua conta/perfil. Só nessa eventualidade é que o Facebook lhe envia uma SMS com o código de confirmação, e a permissão permite à aplicação aceder a essa mensagem, lê-la e aplicar logo o código, tudo para facilitar este processo.

Esta informação, destinada a acalmar as massas, demorou algum tempo a ser emitida, e até lá os receios foram aumentando, ora não fosse o Facebook a maior rede social do mundo e não tivesse um historial de dança com a privacidade dos seus utilizadores.

Voltando à minha aventura com o Facebook Messenger: A primeira impressão até foi favorável. A aplicação é fluída, uma linguagem apelativa, as cores familiares do branco e azul e para rematar, uma panóplia de animações, deslizes, sons, cliques, campainhas, etc.

Se ao início achava estes alertas e feed-backs sonoros uma novidade bem vinda, rapidamente me começaram a irritar. Experimentem ler ou escrever qualquer coisa e ouvirem constantemente aquele "plim" do alerta de nova mensagem, que mais parece a campainha do micro-ondas cá de casa.

Mas há mais, por cada mensagem enviada e lida ele faz mais um barulho. Em pouco tempo passou de agradável para totalmente dispensável.

Os alertas e interacções sonoras podem ser silenciados, mas resolvi investigar o peso desta aplicação no meu Sony Xperia Z2. Basta ir a Definições > Aplicações para ficarmos a saber.

Como se a aplicação do Facebook não ocupasse já RAM suficiente, este Messenger consome mais uns 30 MB, mas o mal nem é tanto o uso de RAM pois ela é feita para ser usada e com 3GB nunca tive escassez. O efeito mais nefasto é o constante despertar e acesso ao Wi-fi ou consumo de dados.

Notei que o Facebook Messenger sempre que podia sincronizava-se e despertava também o Facebook (ao utilizar a app Greenify tenho sempre noção de quais as aplicações que estão activas e quais as que estão hibernadas). Em suma, acaba por consumir mais bateria, não só pelo funcionamento da aplicação em si, mas também pelo despertar da aplicação base, o Facebook.

Poderão estar a pensar:

"Se o Facebook já tinha o chat, para quê criar outra aplicação que faz a mesma coisa?"

Bem, por um lado a Facebook Messenger é muito mais dinâmica e versátil do que o chat padrão do Facebook. Por outro lado é mais fácil actualizar aplicações menores e estas à partida serão mais estáveis com mais funcionalidades criadas de raiz para cada uma.

De qualquer das formas a aplicação não me convenceu, não me agradou, estava farto de ter que hibernar as aplicações, pois não tenho acesso root, e acabei por desinstalar a Facebook Messenger. Boas notícias, pude voltar a usar o chat do Facebook via mobile.

Precisa de ser muito mais simples, mais "material design", não invasiva e menos chata, mais simples e com menos assobios e campainhas. A menos que estejam a tentar cativar os miúdos da primária, aí faz todo o sentido. Continuem nessa direcção, o Snapchat, WhatsApp e tantas outras agradecem.

Até lá, não me parece que volte a instalar a Facebook Messenger, não preciso de mais software irritante e com um bom apetite por bateria.

Volto a sublinhar, isto é um artigo de opinião, não vinculo qualquer dos meus colegas, é apenas uma exposição da minha experiência com esta aplicação.

Gostaria de ouvir mais opiniões. Usam a esta aplicação ou alguma semelhante? O que acham desta em particular?

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Aplicação para Android 4Gnews.pt Windows Phone fonte

Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.