O novo estudo divulgado pelo EU Intellectual Property Office (EUIPO), o Instituto da propriedade intelectual da União Europeia, mostra que o fenómeno da pirataria de conteúdos digitais continua omnipresente junto dos mais jovens. A causa primordial? A falta de conteúdo acessível é apontada como principal motivação para a pirataria, divulgação indevida e acesso a canais de IPTV Pirata.
Possivelmente a descoberta mais cativante é a prevalência das práticas ilícitas junto dos jovens mais instruídos. Com efeito, a percentagem maior de pirataria ocorre junto de população jovem com estudos superiores, ou seja, um curso universitário concluído, mais do que nos jovens menos instruídos ou com pouca escolarização.
Estudo da EUIPO visa auscultar a população da União Europeia
O objetivo destes estudos passa pela auscultação da população e apreensão da realidade dos cidadãos europeus. Desse modos, os mecanismos da União poderão, em seguida e com conhecimento de causa, regular em caso de necessidade uma determinada área da sociedade civil.
Acima observamos a publicação com o estudo em causa, divulgado esta semana através dos canais oficiais da EUIPO. Trata-se de um estudo efetuado a cada três anos para perceber os hábitos da população jovem (dos 15 aos 24 anos) em todos os Estados da União Europeia.
Agora, com a divulgação das conclusões vemos, por exemplo, a evolução do consumo de conteúdos piratas como o download ilegal de filmes, acesso indevido a canais de antena fechada, bem como o fenómeno do IPTV Pirata. Note-se ainda que este mesmo estudo também visou apurar os hábitos de consumo de produtos contrafeitos no espaço comunitário.
33% dos jovens na União Europeia admitem piratear conteúdo multimédia
Em primeiro lugar o acesso a conteúdos piratas na UE baixou de 39% em 2016 para 33% em 2022. Por outro lado, uma percentagem significativa dos jovens admitem ter acedido a conteúdos piratas ao longo dos últimos 12 meses. Não obstante, sensivelmente um terço desta amostra afirma ter acedido a estes conteúdos "por acidente".
Desse modo, somos confrontados com 21% de jovens que, intencionalmente, procuram conteúdos como os canais de IPTV Pirata de acordo com o estudo. Ainda assim, vemos que a maioria (60%) afirma não ter consumido nenhum conteúdo pirata numa tendência crescente na União.
Malta lidera na pirataria, o inverso verifica-se na Alemanha
O estudo europeu denota grandes diferenças nos resultados consoante a localização geográfica dos inquiridos. Assim, se em Malta mais de 50% dos jovens admite consumir e procurar ativamente conteúdo pirata, apenas 25% dos jovens alemães incorrem na mesma prática.
Importa ainda frisar que, de acordo com o mesmo estudo, apenas uma percentagem ínfima da população inquirida admite depender e consumir exclusivamente conteúdos piratas. Para a maioria, as fontes legítimas como os pacotes de TV, Netflix, HBO e outros serviços pagos, convivem com o acesso indevido a outras plataformas, canais e serviços de IPTV Pirata.
Esta tendência verifica-se não só no consumo de filmes e séries online, mas também no consumo de música. Assim, se, por exemplo, em França 10% dos jovens admitem piratear exclusivamente música, na Holanda esta cifra fica-se pelos 1,5%.
Os piratas internacionais mais instruídos
Entre as várias realidades trazidas à luz pelo novo estudo da EUIPO está a maior taxa de pirataria junto dos jovens mais bem instruídos. Ou seja, junto dos cidadãos europeus entre os 15 e 24 anos com mais habilitações literárias e taxa de escolaridade.
Por exemplo, entre os jovens com um grau universitário (ensino superior), 28% admite já ter intencionalmente acedido a conteúdos protegidos por direitos de autor ao longo do último ano. Em jeito de comparação esta cifra é sensivelmente o dobro da que se verifica junto dos jovens com algum tipo de educação secundária (15%).
Importa ainda destacar que, entre os estudantes com uma fonte de receita as taxas de pirataria são maiores (24%) face aos estudantes desempregados, ou sem fonte de rendimento (18%). A razão para tal pode ser a maior importância dada aos proveitos financeiros que ganham face ao sustento providenciado pelos pais e guardiões legais.
Por fim, entre as principais razões para pirateamento na União Europeia estão o preço, o custo mensal dos serviços legítimos (55%). A segunda razão para tal prática é a falta de disponibilidade no seu Estado de residência (25%).
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