Estudo conclui que o bloatware é uma ameaça para a segurança do Android

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
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Um estudo levado a cabo pela IMDEA Networks Institute, Universidade Carlos II de Madrid, Universidade Stony Brooks e ICSI recoloca a questão da segurança do Android na ordem do dia. Este refere que a presença de bloatware nos smartphones constitui uma ameaça à segurança dos dados dos utilizadores.

Por conseguinte, verificou-se que este tipo de software é, muitas vezes, responsável por recolher informações do utilizador. Mais grave ainda é que esse recolher acontece quase sempre sem o nosso conhecimento.

Para a realização deste estudo, foram recolhidas amostras de mais de 200 diferentes marcas, 1.700 equipamento e cerca de 82.000 aplicações. Desse modo, verifica-se que este cenário é transversal à grande maioria das empresas que operam no mercado de tecnologia móvel.

O que é o Bloatware?

De uma forma simples, o bloatware são aplicações que os fabricantes pré-instalam nos seus smartphones. Aplicações que podem fazer parte de um acordo para a venda do equipamento com a operadora. Por exemplo, a Samsung fez uma parceria com a TripAdvisor e Facebook.

Essas Apps são bloatware. Apps que o utilizador não pediu nem são necessárias para o bom funcionamento do smartphone. Contudo, há casos em que as Apps são aqueles "cleaners" que ninguém gosta e não os deixam desinstalar.

A segurança do teu Android pode estar comprometida pela presença de bloatware

Assim sendo, o estudo conclui que este compromisso pode ocorrer por más práticas de engenharia das empresas ou pelo seu mau uso. Por conseguinte, entidades externas podem fazer uso de backdoors e afins para recolher os dados dos utilizadores.

É então possível dizer que os nossos dados pessoais, as nossas rotinas e atividades no smartphone podem ser constantemente monitorizadas por entidades externas. O pior de tudo é o facto de isto acontecer sem sequer o utilizador suspeitar de tal.

Como forma preventiva, os autores deste estudo propõem a criação de uma entidade reguladora global de software. Algo à semelhança do que acontece com o hardware, onde partes independentes iriam atestar a segurança de uma determinada versão do Android.

Desse modo, as diferentes interfaces presentes no mercado deixariam de ser aprovadas apenas pelas suas criadoras. Ademais, esta entidade reguladora deveria divulgar documentação na qual seriam descriminadas todas as aplicações instaladas e o seu propósito.

Tal como as coisas são hoje regulamentadas, é quase impossível à Google ter mão nisto. O Android é um sistema operativo de código aberto, o que significa que qualquer um tem a liberdade de o personalizar ao seu gosto.

O bloatware é precisamente isso: aplicações próprias de entidades que em nada têm que ver com a Google. Ademais, estas são, na maioria das vezes, impossíveis de desinstalar ou desativar e ficam apenas e só a ocupar espaço no smartphone e, pelos vistos, a recolher os nossos dados.

Ultimamente a segurança do Android tem estado na ordem do dia e este é mais um exemplo. Dada a sua popularidade é normal que este tipo de software surja em várias ramificações. Nesse sentido, cabe às entidades competentes zelar pela despistagem de aplicações que comprometem a nossa segurança e a dos nossos dados.

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Carlos Oliveira
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No 4gnews desde 2015, escreve e acompanha as últimas tendências, sobretudo smartphones, para que os leitores estejam sempre bem informados.