Alguns hospitais pelo mundo têm contado com um reforço de segurança na forma de um pequeno robô com formato de ovo. Além de já atuar em shopping, instalações governamentais, estádios desportivos e estacionamentos, robôs totalmente autónomos já podem ser vistos em unidades de saúde.
É o caso do hospital Houston Methodist, nos Estados Unidos, que já conta com 2 exemplares do Knightscope K3. Os robôs não são capazes de manobras ofensivas. Então como eles podem ajudar na segurança?
Como funcionam os robôs autónomos K3
Holmes e Watson, os 2 robôs presentes no hospital Houston Methodist, têm 1,20m de altura e pesam cerca de 155kg. Os K3 possuem streaming e gravação de vídeo em nível de olhos de 360 graus, deteção térmica, um emissor de voz bidirecional e um botão de chamada de socorro de emergência. Essencialmente, a sua funcionalidade é a de uma câmara de segurança móvel.
Uma das muitas empresas de segurança que têm trabalhado com a integração de robôs autónomos a diferentes ambientes, a Knightscope explicou que a busca por mais segurança para evitar ou combater tiroteios em escolas nos Estados Unidos motivou a criação de robôs como o K3.
Numa entrevista à página Popular Science, o diretor de clientes e cofundador da Knightscope, Stacy Stephens, revelou a ideia surgiu após o choque do tiroteio na escola primária de Sandy Hook. Para Stephens, o robô poderia ser os "olhos e ouvidos" necessários para ajudar os primeiros socorristas a agirem mais rápido e com mais segurança.
“Não sabemos nada sobre o agressor. Não sabemos como eles estão armados, quanta munição eles têm ou que outros tipos de dispositivos eles podem ou não ter. Nesta fase, ele tem uma vantagem tática”, explicou.
Os vídeos gravados pelos robôs são revistos ao vivo ou posteriormente por um oficial de segurança. No caso de hospitais, ambientes fáceis de entrar e acessíveis por natureza, a tecnologia pode ajudar a prevenir ataques, por exemplo, de agressores domésticos, entrada em locais não autorizados, entre outros conflitos. A Knighscope já comercializa uma versão mais avançada do robô, o K5.
Especialistas receiam que robôs representem riscos à privacidade
A ideia com os robôs é que as equipas de segurança pública possam utilizá-los como um tipo de câmara de segurança móvel adicional que pode "dissuadir, detetar e relatar" comportamentos suspeitos. Contudo, grupos de defesa, como a Electronic Frontier Foundation e o The Surveillance Technology Oversight Project, criticaram a utilização crescente de robôs autónomos e drones pela polícia nos últimos anos.
De acordo com essas organizações, isso vem a ampliar a vigilância potencialmente desnecessária em comunidades altamente policiadas. A preocupação também gira em torno da possível adição de software de reconhecimento facial.
Conforme reportou o New York Times, pelo menos sete americanos foram presos injustamente por causa de uma correspondência de reconhecimento facial defeituosa. A substituição do trabalho humano completa a lista de preocupações. Na Methodist, em Houston, Sarr diz que os robôs K3 têm a intenção de "melhorar" o trabalho dos profissionais de segurança em vez de oferecer uma substituição completa.