
Este ano de 2025 está a ser marcado por uma nova corrida das fabricantes de criar o smartphone mais fino de sempre. Vimos exemplos impressionantes de engenharia, como o Honor Magic V5, que quando aberto tem uns incríveis 4,2 mm (e uns já finíssimos 9 mm quando fechado). Ou o iPhone Air, com os seus 5,6 mm de espessura.
São números que impressionam e que, sem dúvida, resultam em equipamentos mais elegantes e confortáveis na mão. No entanto, há um pequeno "segredo", ou talvez uma "batota", na forma como estes números são anunciados. Quando uma marca te diz que o seu novo topo de gama tem X milímetros de espessura, está quase sempre a referir-se ao ponto mais fino do corpo do equipamento.
Módulo das câmaras fica fora das contas
O que convenientemente fica de fora desta medida é, muitas vezes, o componente mais saliente do telemóvel, que é o módulo das câmaras. Basta olhares para o Honor Magic V5 ou para o iPhone Air. São incrivelmente finos, mas pousa-os numa mesa e vais ver que eles não ficam planos.

A culpa é da ilha das câmaras, que se projeta consideravelmente para além desses 4, 5 ou 9 milímetros anunciados. É um detalhe que as marcas omitem nas suas especificações principais, mas que tem um impacto real no uso diário. Esta prática é comum a qualquer smartphone, mas está a tornar-se mais evidente com esta nova geração de equipamentos mais finos.
A física tem limites
A física tem limites, e para colocar sensores de câmara de grande qualidade num corpo tão esguio, a solução encontrada é criar um "alto" na traseira. O problema é que a espessura anunciada cria uma expectativa de um equipamento uniformemente fino, o que não corresponde à realidade em todo o equipamento.
Não estamos a dizer que estes telemóveis não são finos. São, de facto, proezas de engenharia. Mas é importante que, enquanto consumidor, tenhas consciência de que a espessura total do equipamento, incluindo as câmaras, será sempre superior ao número que vês em grande destaque na publicidade.

