E se pudéssemos simplesmente aspirar a poluição que há no mundo? Parece irrealista, mas está mesmo a acontecer. Um aspirador chamado “Mammoth” entrou ao serviço esta quarta-feira, na Islândia.
Recorde-se que este é o segundo aspirador gigante lançado pela empresa suíça Climeworks. Por falar em tamanho, esta segunda versão é “apenas” 10 vezes maior do que a anterior, chamada Orca.
O aspirador consegue “sugar” o carbono, que depois é convertido em pedra
Através desta técnica, é como se o aspirador “sugasse” o ar e conseguisse eliminar o carbono com o uso de produtos químicos. Ainda assim, pode surgir uma questão: o que se faz, depois, com esse mesmo carbono?
De acordo com a CNN, o passo seguinte é remetê-lo para o subsolo. Aqui, este é transformado em pedra. Importa destacar que esta tecnologia funciona graças à enorme quantidade de energia geotérmica na Islândia.
Esta nova tecnologia é particularmente interessante, numa altura em que nunca se falou tanto sobre o clima. Os combustíveis fósseis continuam a ser queimados e o planeta vai atingindo, sistematicamente, recordes negativos.
No ano de 2023, por exemplo, atingiu-se o recorde de maior concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Não será propriamente uma novidade dizer que estes números são altamente preocupantes para todos.
Estes aspiradores têm gerado alguma controvérsia
Posto isto, os cientistas acreditam que há que encontrar novas formas de eliminar o carbono da atmosfera. A técnica usada na Islândia pode ser uma solução, mas não se encontra, de forma alguma, isenta de críticas.
Como denota a mesma fonte, estes aspiradores geram bastante controvérsia. Tudo isto porque são altamente dispendiosos e consomem grandes quantidades de energia. Outro motivo que preocupa alguns ativistas é o facto de se descentralizar o foco na redução de combustíveis fósseis.
Trata-se, portanto, de uma tecnologia promissora, mas que “está repleta de incertezas e riscos ecológicos”. Quem o considera é Lili Fuhr, diretora do programa de economia fóssil do Centro de Direito Ambiental Internacional.
O aspirador “Mammoth” começou a ser elaborado em junho de 2022. Entrando em detalhes mais técnicos, este tem espaço para 72 recipientes coletores (via CNN). Neste momento, encontram-se operacionais 12 exemplares, sendo que o número promete aumentar em breve.
Quais são os resultados obtidos pelo “Mammoth”?
A tecnologia também se faz de resultados, pelo que é importante conhecer os números associados ao “Mammoth”. Aparentemente, este consegue eliminar à volta de 36 000 toneladas de carbono todos os anos.
De forma a termos um elemento de comparação, isso equivale a remover quase 7 800 carros movidos a gasolina. Em termos de preços, ainda não se sabem números oficiais, no que toca ao custo por tonelada.
A empresa criadora não dá um valor concreto, mas informa que este não deverá estar muito longe dos 930€ por tonelada. O preço muito elevado pode ser um entrave à ampla difusão deste aspirador.
De qualquer forma, o objetivo é que seja possível, em breve, chegar a valores mais “simpáticos”. O CEO da Climeworks, Jan Wurzbacher, espera uma diminuição progressiva do preço. Em 2050, o preço por tonelada deverá rondar os 90€.
Por falar em planos para o futuro, o líder da empresa também deixa uma estimativa ambiciosa para ser cumprida até 2030. Este acredita que, até ao início da nova década, seja possível remover até 1 milhão de toneladas de carbono por ano.