
A entrada da DIGI em Portugal abalou o mercado como há muito não se via e forçou os operadores tradicionais a reagir, como admitiram recentemente os CEOs da NOS e da Vodafone. Mas a história pode estar prestes a ficar ainda mais interessante com a entrada de um novo gigante na equação.
Telefónica estará a ponderar comprar todo o grupo DIGI
Segundo o jornal espanhol El Economista, a Telefónica (dona da Movistar em Espanha) estará a ponderar a compra de todo o grupo DIGI. Esta operação, avaliada em cerca de 3,8 mil milhões de euros, seria um movimento bastante arrojado no panorama das telecomunicações europeias.
Para a Telefónica, significaria obviamente reforçar a sua posição em Espanha, onde a DIGI tem tido bastante crescimento. Mas poderia também chegar em força em mercados onde a DIGI tem vindo a crescer, como Portugal, Itália e Bélgica, para além da sua base na Roménia.
A gigante espanhola, já presente na Alemanha e Reino Unido, passaria a operar diretamente em sete países europeus. Comprar a DIGI seria, para a Telefónica, uma jogada que eliminaria o concorrente mais agressivo do mercado espanhol, aquele que tem sido o principal responsável pela queda de preços e pela dor de cabeça dos operadores estabelecidos.
Telefónica poderia entrar no mercado português com esta compra
Ao mesmo tempo, permitiria à Telefónica entrar diretamente no mercado português para competir com a MEO (Altice), NOS e Vodafone, e aproveitar a rede e a base de clientes já conquistada pela DIGI. No entanto, a operação não seria isenta de riscos.
O El Economista nota que a DIGI acumula prejuízos em Portugal e na Bélgica, devido aos fortes investimentos no desenvolvimento de redes próprias e na agressiva captação de clientes. Apenas em Itália e Espanha a operação já dará lucro. Este fluxo de caixa negativo, que se prevê durar até 2027, pode ser um fator a ponderar.
Qualquer negociação teria de passar pelo misterioso magnata romeno Zoltán Teszári, que detém 60% do capital da DIGI. A Telefónica prepara-se para apresentar o seu novo plano estratégico no início de novembro, mas é improvável que anuncie uma operação desta magnitude nesse evento.
Curiosamente, o grupo DIGI afirmou recentemente que, embora avalie continuamente opções estratégicas, não está a considerar nenhuma operação que implique a perda de controlo das suas filiais.

 
             
             
             
             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                     
                     
                     
                    