Esta experiência foi o suficiente para provar que o futuro dos gadgets IA são os telemóveis

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Tempo de leitura: 3 min.

Com mais de 10 anos de experiência a escrever sobre tecnologia de consumo, a revisora Allison Johnson, que atualmente trabalha para a página The Verge, recentemente teve a oportunidade de experimentar o aguardado Humane AI Pin. A experiência deixou a profissional decidida a provar que um smartphone poderia desempenhar a mesma tarefa. E ela conseguiu.

Experiência com Humane AI Pin motivou primeiras tentativas

Humane AI Pin
Dispositivo de IA Humane AI Pin (Imagem: Divulgação)

Segundo Johnson, a Humane gostaria que acreditasses que seu AI Pin representa a tecnologia de consumo no que há de mais moderno. Mas não é isso que as análises sobre o novo produto vêm a mostrar, uma vez que o dispositivo utiliza um processador Snapdragon de 4 anos atrás e roda o que parece ser uma versão customizada do Android 12.

"Quando vi as análises do Humane AI Pin começarem a chegar, fiz o que qualquer pessoa lógica faria: peguei o telemóvel mais próximo e tentei transformá-lo no meu próprio wearable de IA", contou Johnson.

Decidida a provar seu ponto, Johnson enfrentou alguns problemas de hardware. Como a Siri ainda conta com recursos de IA, a revisora concentrou as suas tentativas com base na utilização do Gemini. O primeiro "protótipo" foi feito com um Motorola Razr Plus preso no decote da sua camisa.

Este primeiro teste acabou por esbarrar num obstáculo: não é possível descarregar o Gemini da Play Store num telemóvel dobrável. O segundo teste foi realizado com o mesmo modelo de smartphone, mas agora com o ChatGPT. Embora tenha destacado o chatbot de IA como um "conversador decente", Johnson sentiu que seus recursos era limitados por enquanto.

"ChatGPT é um conversador decente, mas ficamos sem assuntos para conversar rapidamente depois que esgotei minhas consultas do chatbot: receitas de jantar e dicas de cuidados com as plantas. Quero uma IA que possa fazer coisas por mim, não apenas debater ingredientes para refogar", contou.

A tentativa que deu certo

pixel 8
Linha Pixel 8 (Imagem: Divulgação)

Johnson decidiu abandonar o conceito dobrável e comprou um Pixel 8 e um Pixel Watch 2. Após configurar o Gemini como assistente padrão, ela uniu o telemóvel a um par de auriculares sem fio. E funcionou. Apesar de precisar deixar a IA aberta e a funcionar sempre no telemóvel, Johnson disse que a tecnologia foi capaz de responder efetivamente perguntas sobre uma receita culinária, como “Por quanto tempo devo assar os vegetais?” e “Como preparo o peixe?”.

"O que foi mais impressionante é que eu poderia fazer perguntas tangenciais. Isso me ajudou a utilizar ingredientes da despensa para recriar uma mistura de temperos que eu não tinha em mãos. Perguntei por que a receita me obrigava a dividir o molho em 2 porções e a IA deu-me uma resposta plausível. E fez algo que o pin Humane ainda não pode fazer: definir um cronómetro", contou a revisora.

Segundo o depoimento de Johnson, a experiência convenceu-lhe de duas coisas: de que realmente utilizaremos a IA para realizar mais coisas no futuro, e que o futuro dos gadgets de IA são apenas os telemóveis.

"Os telemóveis já vêm com processadores poderosos, dissipação de calor decente e conectividade sem fio sofisticada. [...] Estou a ter dificuldade em ver como um gadget separado pode vencer o humilde telemóvel mais um par de auriculares ou algo como o Meta Ray Bans",concluiu.

A experiência de Johnson foi realizada em abril. E recentemente, o Google anunciou algumas novidades sobre o Gemini que parecem confirmar a opinião da revisora. Uma delas foi o Project Astra, que traz justamente o Gemini como o “assistente IA de próxima geração” e demonstra isso num vídeo.

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades do mundo.