Espanha deve colocar rótulos nos smartphones com riscos para a saúde. E Portugal?

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
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Espanha estará prestes a dar um novo passo para tentar mitigar os riscos da exposição das crianças ao digital. Entre as medidas propostas está a colocação de rótulos nos smartphones que alertem para os malefícios do seu uso excessivo.

Esta recomendação resulta de um estudo conduzido por grupo de 50 especialista nomeado pelo governo espanhol. Tal com informa o El País, o grupo analisou o impacto do uso das tecnologias no desenvolvimento das crianças e fez várias recomendações ao executivo.

Avisos com os malefícios do uso dos smartphones pode ser uma realidade em Espanha

Uma das recomendações que, em breve, pode ser transposto para legislação é a obrigatoriedade de as fabricantes colocar rótulos nos seus equipamentos. Esses devem alertar as pessoas para os riscos que o uso excessivo desses equipamentos acarreta, algo semelhante ao que vemos no tabaco.

crianças smartphones
Imagem ilustrativa criada pela IA Microsoft Designer

Tais alertas devem ser expandidos para o ecrã dos smartphones. Ou seja, também as aplicações e plataformas online devem deixar alertas para a saúde das crianças e expor os tempos de uso recomendados.

Sobre este tema, a Organização Mundial de Saúde aconselha a não utilização total destes dispositivos por crianças com menos de um ano. Recomenda ainda que o tempo tenha o máximo de uma hora em crianças até aos 5 anos.

Limitar o uso dos smartphones consoante a idade

O mesmo estudo deixa ainda recomendações para o uso dos smartphones consoante a idade da criança. Com efeito, os especialistas defendem a proibição do uso destes dispositivos por crianças até aos 3 anos.

Já na faixa etária dos 3 aos 6 anos, defendem um uso restritivo apenas com exceções para circunstâncias muito especiais. O grupo vai mais longe e aconselha mesmo que até aos 16 anos seja permitido apenas o uso de telefones analógicos, ou seja, sem as ferramentas que o classificam como smartphone.

Olhando ainda para o fenómeno das redes sociais, os especialistas aconselham que estas plataformas sejam proibidas para crianças com menos de 12 anos. Defendem esta posição com questões de saúde mental associadas à tecnologia como a ansiedade e a dependência.

Já no âmbito educativo, os especialistas recomendam a proibição do uso de aplicações com gratificação imediata. Ao invés, devem ser usados métodos educativos mais tradicionais com um uso muito residual de ferramentas digitais.

O que pensa Portugal sobre este tema?

Os malefícios que a tecnologia representa para as crianças é um tema ainda com pouca expressão em Portugal. Atento às tendências que se multiplicam no mundo, o Governo português refere apenas estar a estudar a temática.

Isto significa que ainda não existe uma posição oficial das autoridades nacionais sobre este problema. Por isso, temos de aguardar e ver se as mudanças implementadas em Espanha terão algum impacto em Portugal.

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Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
No 4gnews desde 2015, escreve e acompanha as últimas tendências, sobretudo smartphones, para que os leitores estejam sempre bem informados.