Entrevista a Ricardo Castelhano, Bedrock: “O nosso objetivo é posicionar Portugal como um centro de inovação em tecnologia de streaming”

Mónica Marques
Mónica Marques
Tempo de leitura: 7 min.

A Bedrock é uma das empresas de tecnologia de streaming mais relevante da Europa, contando com mais de 45 milhões de utilizadores e colaborando ativamente para algumas das empresas europeias de media mais conceituadas.

Conta com uma presença sólida no mercado português e tem como objetivo crescer (ainda) mais de forma sustentável. Por isso, quer recrutar este ano profissionais de tecnologia no nosso país. Entrevistámos Ricardo Castelhano, vice-presidente sénior de engenharia da Bedrock em Portugal para conhecermos em pormenor a empresa e os planos para o nosso mercado.

Ricardo Castelhano, VP de engenharia da Bedrock

Qual é a missão da Bedrock e como é que a empresa se posiciona no mercado de streaming?

A nossa missão na Bedrock é bastante simples: queremos capacitar grandes empresas de media a competirem de forma eficaz com os gigantes globais do streaming. Fazemos isso através do fornecimento de plataformas de vídeo de última geração. Neste momento, servimos mais de 45 milhões de utilizadores em vários países.

Fazer parte do grupo Bertelsmann, um dos gigantes dos media na Europa, dá-nos uma vantagem única. Combinamos uma vasta experiência em media com tecnologia de ponta, o que nos permite oferecer experiências de excelência em modelos AVOD, SVOD e híbridos. No fundo, o que fazemos é construir plataformas escaláveis, capazes de lidar com milhões de utilizadores em simultâneo, fluxos de dados complexos e a entrega de conteúdos em tempo real.

O que é que distingue a Bedrock num mercado tão competitivo? O que oferecem aos vossos clientes e parceiros?

O que nos diferencia é o facto de oferecermos uma solução completa. Temos uma base tecnológica robusta, mas com a flexibilidade necessária para adaptar funcionalidades específicas a cada mercado. Além disso, a nossa tecnologia funciona perfeitamente em mais de 60 dispositivos, desde iOS e Android a Smart TVs e os gadgets mais recentes.

Outro ponto importante é que conseguimos suportar vários tipos de conteúdos, como audiolivros e podcasts, o que nos dá uma grande versatilidade. Para além disso, as parcerias que temos com grandes grupos de media mantêm-nos sempre um passo à frente, tanto em termos de tendências do setor como das expectativas dos utilizadores.

Quais são os maiores desafios e oportunidades para as equipas de desenvolvimento da Bedrock?

O maior desafio é manter-nos sempre à frente num setor que está em constante evolução. Temos de estar sempre a integrar novas funcionalidades, garantir uma experiência de utilizador de alta qualidade e assegurar que a plataforma continua a ser escalável.

Mas, para ser honesto, é isso que torna o trabalho interessante. Estes desafios dão às nossas equipas de desenvolvimento a oportunidade de ir mais além, de explorar soluções inovadoras e de otimizar a experiência do utilizador. Estamos a resolver problemas reais, como o desempenho de sistemas distribuídos, a orquestração de microserviços e o edge computing para uma entrega de conteúdos mais rápida. É mesmo entusiasmante.

O que é que um programador deve ter em conta ao pensar em trabalhar na Bedrock?

Acima de tudo, acho que é importante saber que o trabalho que fazemos tem um impacto real. Estamos a falar de contribuir para plataformas que chegam a milhões de utilizadores em toda a Europa e de influenciar diretamente a forma como as pessoas consomem conteúdos de streaming.

Em termos tecnológicos, trabalhamos com uma stack bastante avançada, que inclui infraestruturas cloud-native, análises avançadas e ferramentas de machine learning. As nossas equipas focam-se na otimização do desempenho, na redução da latência em transmissões ao vivo e no desenvolvimento de capacidades de IA para recomendações de conteúdos mais inteligentes.

E depois há o ambiente de trabalho: uma equipa internacional, dinâmica e com muitas oportunidades de crescimento profissional e mobilidade entre os nossos escritórios na Europa.

Que impacto a longo prazo a Bedrock pretende ter na indústria tecnológica e de streaming em Portugal?

Lisboa é muito mais do que apenas um escritório para nós—é um verdadeiro hub tecnológico estratégico. O nosso objetivo é posicionar Portugal como um centro de inovação em tecnologia de streaming, aproveitando o talento local para desenvolver soluções com impacto global.

Estamos também muito focados em criar parcerias fortes com universidades e em contribuir ativamente para o crescimento do ecossistema tecnológico português. Para quem trabalha connosco, isto significa fazer parte de uma comunidade vibrante e ter acesso a oportunidades de desenvolvimento profissional contínuo.

Podes falar-nos um pouco sobre os principais produtos e serviços da Bedrock?

O que fazemos é construir e gerir plataformas de streaming de classe mundial. O nosso foco está em criar plataformas robustas e escaláveis, utilizando as tecnologias mais avançadas para garantir um desempenho consistente e de alta qualidade.

Trabalhamos com tecnologias cloud-first, como a AWS, que nos permitem ter flexibilidade e escalabilidade. As nossas equipas seguem princípios Agile e DevOps, o que facilita a colaboração e iteração rápida.

A observabilidade também é um pilar importante para nós—temos ferramentas de monitorização avançadas que nos ajudam a identificar e resolver problemas de forma proativa, garantindo um desempenho superior. Além disso, usamos IA tanto para otimizar processos internos como para melhorar a experiência dos utilizadores finais.

imagem de serviços Bedrock

Quais são as funcionalidades únicas ou inovações tecnológicas que destacam os vossos produtos?

A nossa arquitetura é totalmente baseada em cloud, o que nos permite garantir escalabilidade e fiabilidade. Também asseguramos compatibilidade com uma grande variedade de dispositivos, para responder às necessidades diversificadas dos utilizadores.

Uma das nossas grandes apostas está nas ferramentas de gestão baseadas em IA, que nos ajudam a melhorar desde as recomendações de conteúdos até à análise avançada de dados. Isto não só melhora a experiência do utilizador como dá aos nossos clientes ferramentas poderosas para monetizar os seus conteúdos de forma mais eficaz.

Como é que a Bedrock promove uma cultura de inovação dentro das equipas tecnológicas?

Para nós, inovação não é só sobre tecnologia—é também sobre mentalidade. Criamos um ambiente onde a curiosidade é valorizada e onde as pessoas se sentem seguras para experimentar, mesmo que isso implique cometer alguns erros pelo caminho.

Damos autonomia às equipas para explorarem novas ideias e incentivamos uma cultura de aprendizagem contínua. E acho que o equilíbrio entre profissionais experientes e talentos emergentes faz toda a diferença, porque traz uma combinação de perspetivas que nos mantém sempre a inovar.

Podes partilhar alguns exemplos práticos de como os produtos da Bedrock estão a ser usados em Portugal?

A nossa equipa em Lisboa tem tido um papel fundamental na otimização de plataformas para marcas como a RTL+, Videoland e M6+.

Trabalhámos para garantir uma transmissão fluida em mais de 60 dispositivos, melhorámos redes de distribuição de conteúdos (CDNs), aperfeiçoámos algoritmos de personalização e assegurámos uma reprodução sem falhas, mesmo em períodos de grande tráfego. Tudo isto para garantir que a experiência do utilizador final é sempre a melhor possível.

colaboradores Bedrock

A Bedrock está a recrutar em Portugal? Em que áreas e quantas vagas estão disponíveis?

Sim, estamos a recrutar ativamente! Temos cerca de 70 vagas abertas, principalmente em engenharia de software, mas também em gestão de produto, suporte técnico e outras áreas.

Procuramos pessoas apaixonadas por tecnologia, com vontade de resolver problemas complexos e de contribuir para uma equipa internacional.

Valorizamos a diversidade de experiências, por isso estamos abertos a profissionais de todos os níveis—desde juniores até séniores—porque acreditamos que essa combinação cria equipas mais fortes e dinâmicas.

Como funciona o processo de candidatura para quem quer trabalhar na Bedrock?

O processo é simples. A melhor forma de se candidatar é através da nossa página de carreiras no site ou na nossa conta de LinkedIn. Lá podem encontrar todas as posições disponíveis em Lisboa e seguir os passos para enviar a candidatura. É bastante direto.

Que benefícios oferece a Bedrock aos seus colaboradores e onde fica o escritório em Lisboa?

O nosso escritório em Lisboa fica no IDEA Spaces, em São Sebastião, e trabalhamos com um modelo híbrido.
Em termos de benefícios, oferecemos um pacote bastante completo que apoia tanto o bem-estar dos colaboradores como o seu desenvolvimento profissional.

Inclui subsídio de alimentação através da Coverflex, seguro de saúde com cobertura de saúde mental, secretárias ajustáveis e snacks no escritório—como fruta, café, chocolate quente e chá gratuitos.
Temos também atividades regulares para fortalecer o espírito de equipa, como jogos de tabuleiro e convívios todas as quintas-feiras à tarde.

Para o crescimento profissional, organizamos “Conferências Internas”, dias dedicados à “R&D” e oportunidades de formação, incluindo participação em eventos como o Web Summit.
Além disso, promovemos viagens de trabalho e intercâmbios entre escritórios ao longo do ano, o que cria um ambiente multicultural, com equipas em Lisboa, Paris e Lyon.

E claro, temos o Bedrock Day, um evento anual que reúne colegas de todos os escritórios para atividades de team building e apresentações da nossa equipa de gestão e dos nossos clientes. É sempre um dos momentos altos do ano!

Mónica Marques
Mónica Marques
Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt