O segmento das bicicletas elétricas de cidade tem vários tipos de utilizadores. Um deles é o que tem pouco espaço para transportar ou guardar a bicicleta, por isso pretende que seja o mais pequena possível e de preferência dobrável. Mas claro, sem perder qualidade e potência. É aí que entra em cena a Engwe P20.
Testámos esta bicicleta elétrica dobrável na última semana e agora trazemos-te as nossas conclusões. Da qualidade de construção à condução e bateria, confere o que podes esperar deste modelo.
Unboxing
O unboxing à Engwe P20 é bastante simples, como uma bicicleta deste género deve ser. Na caixa encontras a bicicleta pré-montada, sendo necessário colocar o guiador, roda frontal e respetivo guarda-lamas, selim e pedais.
É das bicicletas mais simples de montar que já testámos. Diria que alguém com alguma experiência o consegue fazer em cerca de 30 minutos. E mesmo alguém menos experimente o fará em menos de uma hora. A bateria já vem colocada, mas antes da primeira utilização é aconselhado carregar na totalidade.
- Motor: traseiro de 42 Nm e 250 W
- Bateria: 36V 9.6Ah
- Tempo de carregamento: 5 horas
- Autonomia: até 100 km
- Velocidade máxima: 25 km/h
- Sistema de travagem: hidráulico
- Iluminação: frontal, traseira e piscas
- Material do quadro: liga de alumínio
- Proteção: IP6
- Peso da bicicleta: 18,5 kg
- Outros: sensor de torque, correia em carbono, dobrável
- Na caixa: bicicleta, pedais, luz traseira e frontal, ecrã, guarda-lamas, carregador, ferramentas de montagem e manual de instruções
Construção cuidada e design feito para portabilidade
O preço de lançamento desta bicicleta é de 1099 €. E por este valor, temos uma bicicleta com uma construção bastante cuidada. O quadro é em liga de alumínio e ao meio temos uma patilha que permite aos utilizadores dobrar a bicicleta para levar na bagageira do automóvel ou, por exemplo, levar no elevador e guardar em casa. Está disponível nesta versão em preto, mas também em verde ou branco.
Tem bons acabamentos e nota-se que a marca apostou onde tinha de apostar e apenas cortou onde era necessário. Há poucos cabos à vista, o que acaba por ser cada vez mais comum nesta faixa de preço e ainda bem. Não fosse a bateria atrás do selim e quase que passava por uma bicicleta comum, sem eletricidade.
Essa mesma bateria é removível com uma chave, o que significa que ficará segura se não estiveres por perto. Torna-se ainda mais atrativo se a quiseres carregar em casa ou no trabalho e não puderes levar a bicicleta atrás.
Tem um pequeno rack (bagageira) traseiro para transporte, sendo o selim e o guiador ajustáveis em altura. Dessa forma os utilizadores mais baixos ou mais altos poderão adequar esta bicicleta às suas características.
Para se manter este peso muito apreciável de 18,5 kg, a marca abdica neste modelo de uma suspensão frontal. Por isso, ganhas na portabilidade e leveza mas perdes se levares a bicicleta para terrenos mais acidentados fora de asfalto. Os buracos sentem-se mais e esta não é uma bicicleta adequada para andar fora de estrada. Embora o possas fazer, claro, não é das melhores opções para tal.
Motor potente e silencioso
Quando olhamos a uma bicicleta com um motor traseiro de 250 W e 42 nM, pensamos que poderá claudicar na potência. Mas a P20 não te vai deixar na mão, mesmo naquelas subidas mais exigentes em cidade.
A verdade é que dá a ideia de que este motor é ligeiramente superior a 250 W, pelo vigor que apresenta em subidas. E por ter sensor de torque, a resposta à pedalagem é imediata, o que é essencial, por exemplo, em arranques de semáforo ou subidas.
É um motor bastante silencioso e que te leva até à velocidade máxima de assistência de 25 km/h com grande rapidez. De realçar que esta vem com uma patilha de aceleração manual, que faz com que possas dispensar a pedalagem para te locomover. Isso é algo que poderás manter ou facilmente remover, mas que poderá dar jeito a alguns utilizadores.
Autonomia para longas deslocações em cidade
Em tamanho, a bateria da Engwe P20 não é das maiores que já vimos. Mas o facto de esta ser uma bicicleta compacta e com um peso baixo, abona em favor da autonomia da mesma. A marca promete até 100 km de autonomia, mas já sabemos que isso só em condições ideais.
Pelos nossos testes, num uso comum citadino, com algumas elevações, podes contar com autonomia a chegar aos 60 km. O que é um valor bastante respeitável, para quem anda diariamente. Muitos utilizadores nem precisarão de bicicleta todos os dias.
O carregamento acaba por ser bastante efetivo, durando cerca de 5 horas. Seja para deixar a carregar durante a noite ou durante o trabalho, poderás facilmente ter a carga completa. Como já foi referido, a bateria está protegida com uma fechadura e só pode ser retirada com recurso a uma das chaves fornecidas.
A qualidade da travagem é um dos pontos onde esta bicicleta também se destaca. A sua condição de bicicleta compacta faz com que a travagem seja ainda mais importante. E com estes travões hidráulicos tens a segurança necessária para abordar emergências.
Podes contar com vários modos de assistência à pedalagem, que irão configurar-se em mais ou menos potência gerada pelo motor. Pela minha experiência, os modos mais baixos servem perfeitamente para o dia a dia. Apenas em subidas mais íngremes é necessário ir aos mais altos para ajuda suplementar.
De destacar a aposta da marca numa correia em carbono ao invés da tradicional corrente. Isto significa que temos uma escolha que te vai dar menos necessidade de manutenção e uma durabilidade que andará em torno dos 30000 km. E como não precisa de lubrificação, as tuas calças também não vão sofrer com óleo.
O guiador, embora não seja dos mais extensos, é adaptável em altura. E os punhos têm uma boa pega para que sintas maior segurança. O selim, também adaptável em altura, é dos mais confortáveis que já usámos.
A iluminação é um dos pontos mais fortes desta bicicleta. Temos uma luz frontal embutida, que fornece boa iluminação noturna. Atrás temos duas pequenas luzes laterais que servem como iluminação noturna, como luz de sinalização de travagem e também como piscas. Por isso mesmo temos dois botões no guiador para sinalizares a mudança de direção. Principalmente à noite serão muito úteis.
Ecrã compacto, mas com o necessário
Temos aqui um ecrã dos mais simples que já vimos, mas que não perde grande visibilidade com sol intenso. Num relance conseguimos consultar facilmente a velocidade a que vamos. É apoiado por dois botões onde podes alternar os modos ou ligar/desligar a iluminação e um botão no topo para ligar/desligar o mesmo.
O padrão é vermos a velocidade a que estamos a deslocar-nos, o modo em que estamos (de 1 a 3) e o nível de bateria. Este nível de bateria é disposto em cinco traços, mas não deves guiar-te totalmente pelo mesmo, pois baixa abruptamente nos modos mais altos e volta a subir quando baixas a intensidade. É apenas um indicador.
Veredicto: bicicleta elétrica dobrável compacta feita para o dia a dia
Para quem procura uma bicicleta elétrica dobrável e compacta para o dia a dia, a Engwe P20 é das melhores opções para 2024. É um produto bem construído, com um design cuidado e um preço que começa nos 1099 €.
Pode ser dobrada para facilitar o transporte ou arrumação em casa e tem uma boa autonomia e bateria removível. Tem um bom desempenho em subidas, bom sistema de travagem e ótima iluminação. O facto de ter correia em carbono garante baixa manutenção e durabilidade. De realçar que pela suas características e ausência de suspensão, não é adequada para pisos sinuosos e deslocações fora de asfalto.
Se estás à procura de uma bicicleta elétrica dobrável com um preço interessante, a Engwe P20 é uma opção que tens de considerar.
- Motor: traseiro de 42 Nm e 250 W
- Bateria: 36V 9.6Ah
- Autonomia: até 100 km
- Velocidade máxima: 25 km/h
- Sistema de travagem: hidráulico
- Peso da bicicleta: 18,5 kg
- Outros: sensor de torque, correia em carbono, dobrável