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E se o iPhone fosse fabricado nos EUA quanto é custava?

Mónica Marques
Mónica Marques
Tempo de leitura: 2 min.

As tarifas que o presidente dos EUA quer impor ao mundo pode afetar seriamente as grandes empresas tecnológicas norte-americanas, entre as quais está a Apple. Donald Trump acredita que o país tem mão-de-obra qualificada para fabricar o produto-estrela da empresa: o iPhone.

Mas o problema é que trazer a produção do telefone para solo norte-americano vai implicar um aumento de custos enorme para a Apple. E, consequentemente, para os consumidores. Aqui fazemos alguns contas para perceber quanto poderá custar um iPhone produzido nos EUA. Alerta spoiler: prepara-te para abrir os cordões à bolsa.

Só o custo da mão-de-obra iria aumentar o preço do iPhone

iPhone 16
Apple pode sair bastante prejudicada com a guerra comercial de tarifas Crédito@BrunoCoelho/4gnews

Tim Cook enfrenta atualmente muitos desafios devido à ideia de Donald Trump aplicar tarifas a produtos importados. O presidente dos EUA acredita que o iPhone podia ser construído em território norte-americano e ainda que tenha razão, o custo para a Apple seria tremendo.

Comecemos pelo custo. Dizem os rumores que os trabalhadores chineses da Foxconn, no início de produção do iPhone 16, ganhavam 3,63 dólares por hora (3,1 €). A mesma mão-de-obra qualificada na Califórnia, teria de ser paga a 16,50 dólares por hora (14,52 €) – o ordenado mínimo naquela região norte-americana.

Contas feitas, só em mão-de-obra o custo de produção do smartphone aumentava 12,87 dólares (11,33 €) para a empresa de Tim Cook.

Como não podia deixar de ser, a Apple não iria conseguir suportar este custo sozinha e seria obrigada a aumentar o preço do iPhone. De acordo com o analista Wamsi Mohan do Bak of America Securities, tal podia implicar um aumento em 25% do preço final de venda em público.

Um modelo que custa agora 1.199 dólares passaria a custar 1.500 dólares. Numa conversão direta da moeda, estamos a falar de valores de 1.055 € e 1.320 €, respetivamente. Na Europa, o preço seria ainda mais elevado devido aos impostos e tarifas em vigor.

Os componentes e a mudança da linha de produção implicam um custo ainda maior

Se só pela mão-de-obra a Apple já seria obrigada a aumentar o preço do seu smartphone icónico em 25%, os componente e respetivos fornecedores podem implicar um aumento ainda maior.

A Apple tem uma extensa cadeia de fornecedores a nível global, com especial incidência no continente asiático. Os processadores fabricados pela taiwanesa TSMC, os ecrãs fornecidos pela sul-coreana Samsung e por aí adiante.

Ora, se a ideia de tarifas comerciais de Donald Trump avançar, a Apple terá de pagar todas estas tarifas. Nesse caso, o analista Wamsi Mohan aponta para um aumento de preço na ordem de uns incríveis 91%.

E se a ideia de mudar toda a linha de produção do iPhone para território norte-americano começar agora a ganhar adeptos para evitar o pagamento destas tarifas, as contas também não são favoráveis à Apple.

Segundo o site Gizchina, essa mudança iria implicar um investimento de 30 mil milhões de dólares (26 mil milhões de euros) para a Apple e aproximadamente três anos para transferir apenas 10% da sua cadeia de fornecimento para os EUA.

Tim Cook fez as contas e continua a apostar numa estratégia diplomata de conversações com a administração da Casa Branca. Já foi bem-sucedido no primeiro mandato de Donald Trump.

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Mónica Marques
Mónica Marques
Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt