
No setor dos carros elétricos, os últimos tempos têm-nos mostrado uma constante: há cada vez mais marcas chinesas a fabricar automóveis. No entanto, a questão que se coloca é: será sempre assim a tendência?
Um estudo recente da consultora AlixPartners sugere que não vai ser esse o caso. A consultora acredita que, até ao ano de 2030, apenas 15 marcas chinesas irão continuar ativas, num mercado local com 129 marcas.
Quer isto dizer que a China perde importância no setor?
Apesar de estar prevista uma diminuição do número de marcas chinesas no mercado, isso não quer dizer que a China irá perder relevância no setor automóvel. O que a AlixPartners sugere é que deixará de haver espaço para todos.
“O mercado chinês de elétricos e híbridos plug-in deverá assistir a uma consolidação marcada nos próximos anos, com apenas as marcas mais competitivas a sobreviver” - explica a consultora.
A mesma aponta que, até 2030, as marcas chinesas representarão cerca de 75% da cota de mercado dos veículos de nova energia (NEV) na China. Quem corrobora essa possibilidade é John Murphy.
Em declarações à Bloomberg, o analista da Bank of America explica: “o que estamos a ver na China é preocupante: há falta de procura e cortes de preços extremos. Vai haver uma consolidação maciça”.
Afinal, quem irá prosperar ao certo?
Perante o cenário desafiante no setor dos carros elétricos da China, Stephen Dyer conclui que só sobreviverá quem tiver capacidade de se “adaptar rapidamente, crescer de forma eficiente e enfrentar tanto os desafios internos como globais”.
A analista da AlixPartners vai mais longe e considera ainda que “este ambiente impulsionou avanços notáveis na tecnologia, mas também deixou muitas empresas a lutar para alcançarem uma rentabilidade sustentável”.
Tendo isto em conta, o estudo ainda revela duas características que as marcas têm de ter, para sobreviver à grande concorrência. São elas: investimento em mobilidade avançada e soluções de Inteligência Artificial (IA).
Estima-se que a aposta em IA possa permitir o lançamento de novos automóveis, de forma 2 vezes mais rápida. Este tipo de tecnologias também poderá resultar em menos 40%-50% de investimento com uma vantagem de custo de até 30%.
Resta esperar para ver se as previsões da AlixPartners se verificam e, se sim, de que forma as montadoras chinesas respondem.