É uma realidade indesmentível que as ferramentas de Inteligência Artificial (como o ChatGPT) estão a transformar por completo o mundo do trabalho. Muitos especialistas não têm pejo em afirmar que esta mudança vai provocar o desaparecimento de algumas profissões já dentro de pouco tempo.
Olivier Godement, head of product da divisão de Produtos Empresariais da OpenAI (dona do ChatGPT), não tem qualquer dúvida de que tal será uma realidade muito em breve. Em entrevista ao podcast "Unsupervised Learning", identificou três áreas que considera particularmente expostas a este fenómeno: ciências da vida, o serviço de apoio ao cliente e a engenharia computacional.
"A minha aposta está nas ciências da vida, nas empresas farmacêuticas", afirmou Godement, defendendo que a automação poderá acelerar de forma decisiva o processo de investigação e experimentação de novos medicamentos.
Acredita que esta tecnologia é capaz de analisar grandes volumes de informação de forma integrada e rigorosa, algo determinante para reduzir o tempo de desenvolvimento de fármacos eficazes.
Empregos de escritório com os dias contados
O executivo recorda que "o tempo que leva desde o momento em que se define a fórmula de um medicamento até que este chegue ao mercado é de meses, por vezes anos". Acrescenta que "os modelos de Inteligência Artificial são muito bons nisso, a reunir e a consolidar toneladas de dados estruturados e não estruturados, identificando as diferentes alterações nos documentos".
Godement destaca que as funções ligadas ao apoio ao cliente e à programação surgem entre os chamados empregos de escritório que já revelam sinais claros de uma futura automação. Assim sendo, são os dois setores de atividade que estão mais próximos de uma completa substituição por 'máquinas'.
Sam Altman agradece ao ChatGPT
Também Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI, revelou no programa "The Tonight Show with Jimmy Fallon" que utiliza frequentemente o ChatGPT para esclarecer dúvidas relacionadas com a educação do filho recém-nascido. "Não consigo imaginar como seria criar um bebé sem o ChatGPT", afirmou.
A verdade é que os chatbots são cada vez mais o 'Google' dos novos tempos. Hoje em dia quando se tem uma dúvida não vamos ao Google procurar a resposta. Recebemos a resposta em segundos oriunda do ChatGPT, Gemini ou DeepSeek, por exemplo. E a tendência é para que este cenário passe a ser o normal dentro de pouco tempo, com o Google como ferramenta de pesquisa a perder cada vez mais relevância.
