Nos últimos tempos, instalou-se o pânico na comunidade Android. Começou a circular online a notícia de que a União Europeia, através da sua nova Diretiva de Equipamentos de Rádio (RED), que entrou em vigor a 1 de agosto de 2025, iria proibir o desbloqueio de bootloaders nos smartphones. A história espalhou-se, com muitos a temerem o fim das custom ROMs e da liberdade no Android. Mas, como em muitas destas histórias, é preciso explorarmos um pouco mais.
A verdade é que esta narrativa de que o desbloqueio de bootloaders vai "morrer" de um dia para o outro não tem grande fundamento na realidade. Primeiro, é preciso perceber como funciona a União Europeia. A UE não é conhecida por fazer mudanças regulatórias drásticas de forma silenciosa e repentina.
Pelo contrário, o seu processo é lento e muito discutido publicamente. Lembra-te da confusão com as novas tampas das garrafas de plástico? Até uma mudança relativamente pequena como essa foi comunicada e debatida durante meses. A ideia de que uma alteração com um impacto tão grande no mundo da tecnologia aconteceria sem um aviso prévio e uma discussão alargada simplesmente não bate certo com a forma como Bruxelas opera.
Então, de onde veio todo este pânico? Aparentemente, a onda de preocupação não teve origem em fontes oficiais da UE ou em sites de tecnologia reputados, mas sim num site de conteúdo gerado por Inteligência Artificial. E isto faz toda a diferença. Se a diretiva RED fosse, de facto, proibir o desbloqueio de bootloaders, a indústria já estaria em alvoroço, com comunicações claras e um plano de implementação gradual.
Diretiva RED não proibe explicitamente o desbloqueio do bootloader
O que a diretiva RED realmente pretende com as suas novas regras de cibersegurança é garantir que os utilizadores não consigam comprometer a integridade da rede ou o software essencial do sistema. A preocupação aqui é com a segurança das comunicações, para evitar, por exemplo, a modificação de IMEIs para contornar impostos, algo que já aconteceu em vários países e que levou os fabricantes a reforçarem a segurança dos seus sistemas.
O que é que isto significa para os utilizadores que gostam de ter a liberdade de instalar uma custom ROM no teu Android? Para já, podes respirar de alívio. Como refere o XiaomiTime, não há qualquer evidência que sugira uma proibição iminente e radical do desbloqueio de bootloaders. Sim, é possível que, com o tempo, os requisitos de segurança e de firmware se tornem mais apertados, mas será uma evolução gradual e previsível, e não uma mudança repentina.
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