Tal como informa o Business Insider (BI), os funcionários da Dell que optem por um regime de 100% de teletrabalho não serão elegíveis para serem promovidos. Recorde-se que a posição anterior da Dell face ao trabalho remoto era diferente. Na altura, com base nas palavras do CEO da marca, Michael Dell, “se contam com horas forçadas gastas num escritório tradicional para criar colaboração e proporcionar um sentimento de pertença dentro da organização, estão a fazer as coisas erradas".
Como informa o BI, a maioria dos trabalhadores da empresa serão considerados como “remotos” ou “híbridos” a partir do mês de maio. Quem trabalhe em regime híbrido tem de comparecer cerca de três vezes por semana na empresa, tal como refere a Ars Technica. Já quem fica sempre em casa vê-se impossibilitado de progredir e pode, inclusive, ter de mudar de função.
A Dell acredita que o panorama atual requer conexão presencial
No ponto de vista da empresa, o panorama tecnológico dos tempos atuais implica que continue a existir uma conexão presencial entre os trabalhadores. A Dell defende uma abordagem “flexível”, que considera essencial para continuar a inovar e a diferenciar-se no mercado.
Como referido anteriormente, a nova política da Dell muda a abordagem da empresa face ao teletrabalho. De acordo com a mesma fonte de informação, um funcionário anónimo da empresa refere que trabalha remotamente há mais de uma década, tal como cerca de 15% das equipas da Dell, explica o próprio.
Há cerca de dois anos, em 2022, Michael Dell chegou a escrever enquanto defensor do teletrabalho. De acordo com o próprio, “não encontramos diferenças significativas entre os membros da equipa que trabalhavam remotamente ou no escritório, mesmo antes de a pandemia obrigar todos a voltar para casa. A perceção de oportunidades desiguais é apenas um dos mitos do trabalho híbrido” (via Ars Technica).
Alguns funcionários queixam-se do impacto da nova medida nos trabalhadores da Dell
Na época em questão, a empresa dava ao trabalhador a opção de escolher o que mais o beneficiava. Contudo, as novas mudanças podem sugerir que a Dell pretende desincentivar os funcionários a ficarem em casa.
Tal como noticia a Ars Technica, a medida em questão não tem sido muito bem recebida por alguns dos funcionários. Um deles, de forma anónima, revelou que estão a ser “forçados” a tomar uma decisão que pode “afetar” muitos dos trabalhadores.
Ainda que o objetivo da Dell seja estimular o contacto presencial, um estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh revela que a obrigação dos trabalhadores em deslocarem-se até um escritório não tem qualquer relação direta com um aumento de produtividade das empresas.