O ditado diz-nos que deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer. No entanto, há um novo estudo que nos faz refletir se o inverso, deitar tarde, afinal faz mesmo mal ou não. Ao que tudo indica, pode até ser bastante benéfico em termos cognitivos.
A pesquisa foi feita por catedráticos do Imperial College London, sendo que a amostra de pessoas analisada foi de vários milhares. Através dos padrões de sono, foi possível concluir que quem se deita tarde tende a ser mais perspicaz e ativo cognitivamente.
Como refere a Sky News, o estudo foi dividido em três grupos: os “matutinos”, os “vespertinos” e os “intermédios”. Basicamente, os primeiros deitam-se cedo, os segundos deitam-se tarde e os terceiros são o meio termo.
Os hábitos de sono mudam o padrão cognitivo
Nesta publicação, que saiu na conceituada revista BMJ Public Health, a pessoa responsável pelo estudo refere que “em vez de serem apenas preferências pessoais, os cronótipos podem impactar a nossa função cognitiva".
Por outras palavras, a Doutora Raha West acredita que o nosso relógio biológico tem grande responsabilidade na capacidade de resposta às questões do dia a dia. Ainda assim, a própria acredita que devemos respeitar o nosso corpo em vez de seguir um certo padrão.
"Embora seja essencial entender e trabalhar com as suas tendências naturais de sono, é igualmente importante lembrar de dormir apenas o suficiente, nem muito tempo nem muito pouco” - acrescenta a investigadora.
Ao todo, foram cerca de 27 000 aqueles que se sujeitaram a este teste. Curiosamente, quem teve tendencialmente melhores notas nos testes cognitivos foram os “vespertinos”, que ficam acordados pela noite dentro.
Outro estudo diz que o sono é a altura em que se acumulam mais toxinas
Não deixa de ser curioso o resultado, até porque, convencionalmente, tendemos a achar que dormir cedo é a única opção que nos faz bem. Já que o sono é uma parte muito importante da saúde humana, o co-autor do estudo acredita que a temática deve ser levada mais a sério.
No entender do Professor Daqing Ma, do Imperial College, seria bastante útil para a população “ver intervenções políticas para ajudar a melhorar os padrões de sono na população em geral" (via Sky News).
Recorde-se que, há algum tempo, tal como a 4gnews noticiou, também foi elaborado um estudo que falava sobre a relação entre sono e toxinas. O mesmo sugeria que era precisamente no sono em que o cérebro acumulava mais toxinas.
Já se sabe que a Ciência é feita de teorias e contra-teorias, no entanto é sempre interessante conhecer diferentes perspetivas. Quanto ao sono, é certo que precisamos dele, no entanto, é possível que algumas crenças sobre dormir possam ser postas à prova.