A Tesla e Elon Musk habituaram-nos ao uso da semântica para apresentar algumas das suas tecnologias, mas em poucas situações usam tanto este recurso como para descrever o seu sistema avançado de assistência à condução (ADAS), ou a sua tecnologia de Full Self-Driving (FSD).
Desta vez, as tecnologias de ‘condução autónoma’ da Tesla chegam finalmente ao Cybertruck, dez meses após o lançamento desta pickup elétrica no mercado e de o fabricante ter ativado as funções de assistência ao estacionamento, por exemplo.
Já em maio Musk tinha prometido para junho a introdução da FSD no Cybertruck, mas a concretização dessa promessa resvalou para nova promessa e, com ela para um novo mês – setembro. Agora parece ter sido de vez, embora nem tudo esteja a correr como o esperado para os lados dos proprietários do Cybertruck.
Atualização disponível para clientes selecionados
A informação foi inicialmente partilhada num fórum do ‘Cybertruck Owners Club’, dando conta de que clientes selecionados tinham começado a receber acesso antecipado a uma nova atualização de software (2024.32.20), com a versão mais recente do FSD (12.5.5.), mas ‘supervisionada’.
A partilha de mensagens neste fórum tem eco num artigo do InsideEVs, que descreve algumas das reações dos utilizadores após experimentarem a funcionalidade FSD no Cybertruck.
Alguns proprietários destacam o facto de a nova versão do software não disponibilizar ainda a recém-lançada funcionalidade Atual Smart Summon (ASS), enquanto outra opinião define o FSD como “uma experiência mágica e mundana exatamente ao mesmo tempo”, pelo facto de o condutor ter de continuar a dar atenção à estrada com esta função ativada.
E é aqui que entra a semântica usada por Musk em muitas das suas intervenções: a tecnologia FSD 'supervisionada’ consegue conduzir, travar e acelerar automaticamente em ruas e auto-estradas, parar automaticamente nos sinais vermelhos e nos sinais de stop, mas requer sempre a supervisão do condutor.
De resto, o InsideEVs lembra que a indústria ainda posiciona esta tecnologia no Nível 2 da escala de automação de condução da Society of Automotive Engineers (SAE), situação que a própria Tesla reconhece no seu website, quando esclarece que as funções de Autopilot não tornam um Tesla num carro que se conduz sozinho, nem o tornam num veículo autónomo”.