
Fomos à inauguração do novo Polestar Space em Faro, neste que é o terceiro espaço deste género da marca em Portugal depois de Porto e Lisboa. Miguel Pinto, diretor da Polestar em Portugal, diz que ajuda a complementar a ideologia “figital” da marca em Portugal.

Neste espaço, o cliente pode complementar a experiência do site, ao conhecer as várias configurações que pode fazer e os veículos fisicamente. A marca olha para estes espaços como galerias de arte, onde os clientes podem conhecer e comprar o produto, mas também usufruir de experiências como concertos ou exposições.
O convite chegou com a proposta de viajarmos a conduzir um Polestar 2 (Long range Dual motor), nesta que é uma das viagens mais comuns dos portugueses até ao sul do país. No nosso caso, fizemos Loures-Costa da Caparica-Faro.
A autonomia é suficiente para fazer Lisboa-Algarve, sem excessos de velocidade
Saímos de casa com 100% de bateria e o quadrante marcava 490km de autonomia. Como bem sabemos, a autoestrada pede um pé mais pesado e obviamente que os 320km que se avizinhavam deixam sempre dúvidas. "Em último caso, paramos numa área de serviço para carregar", pensei. Mas não foi necessário.

Com velocidades dentro dos limites e quase sempre a roçar os 120km/h na A2 conseguimos chegar a Faro com cerca de 20% de autonomia. Por isso, diria que quem for fazer esta viagem e não tenha o pé muito pesado, até a consegue fazer e chegar com mais bateria de sobra. Se quiseres andar acima dos limites, poderá ser necessário parar para carregar. Notámos que na Área de Serviço de Grândola andam a construir novos postos de carregamento e estes locais de paragem bem precisam.
O regresso foi também feito sem sobressaltos. Durante o evento o Polestar 2 ficou a carregar e quando arrancamos de Faro para regressar estava com 93% de bateria. Experimentei uma condução um pouco menos apressada no regresso, maioritariamente entre os 100-110 em autoestrada e consegui chegar a casa ainda com 28% de autonomia. Neste campo da autonomia sem sobressaltos.

Experiência de condução e conforto
O Polestar 2, nesta versão Long range Dual Motor, começa nos 52 900 €. Por isso, esperávamos uma experiência premium e foi o que encontramos. Com 310 kW e 421 cv de potência e um binário de 740 Nm, este é um carro bastante ágil, embora seja longo e pesado (4,6 m e cerca de 2060 kg).
A experiência a bordo é de grande conforto, pois temos bancos em pele de grande qualidade, que são aquecidos e extremamente reguláveis. São daquele tipo de bancos que não queremos sair e voltar para o nosso sofá, pois dificilmente será tão confortável. Parece que nos massajam. Para este tipo de viagens mais longas, são simplesmente do mais confortável onde já me sentei.

Já te falei de potência que este Polestar 2 tem de sobra. Aliás, se te disser que apesar de ser tão pesado, faz dos 0 aos 100 em 4,5 segundos, isso diz muito. É bastante ágil quando fazemos uma ultrapassagem e tem sempre uma resposta rápida e segura. Aliás, herda essa sensação real de segurança da Volvo.
Tem uma insonorização excelente, todos os materiais a bordo são premium e há que dar uma palavra forte para a habitabilidade deste automóvel. Tanto à frente como atrás, há imenso espaço para as pernas e a bagageira é simplesmente absurda de grande. São 407 litros, que fazem dele um veículo com tamanho ótimo para transportar várias malas e tralhas em viagens de férias ou no dia a dia. É um ótimo carro de família nesse sentido.


Tecnologia tem e de sobra
A Polestar é uma marca que sempre primou por apostar forte na tecnologia. Um grande ponto positivo é que o sistema operativo a bordo é Android Automotive OS. Ou seja, temos aplicações como o Waze, Google Maps ou o Spotify já instalados. Nem é necessário ligar o smartphone.
Se o quiseres fazer, tem Android Auto e Apple CarPlay, mas infelizmente neste modelo só com fios. Há duas portas USB-C disponíveis na consola central, por isso está bem apetrechado nesse sentido. O que também há é duas zonas de carregamento por indução e vários botões físicos.

A verdade é que neste modelo a Polestar ainda tem uma abordagem bastante boa no que a botões físicos diz respeito. Conseguimos controlar a reprodução multimédia e a climatização com botões físicos, o que, a meu ver, é sempre positivo. O sistema operativo é bastante limpo, rápido e intuitivo. Embora ache que ainda se pode melhorar a facilidade com que se transita entre menus.
E há que falar da qualidade de áudio a bordo. Eu, que sou um entusiasta musical, entrar neste carro e ver um sistema de som da Bowers & Wilkins é logo motivo para ficar entusiasmado. Numa palavra: uau! O som é bastante imersivo e sentimos os graves bastante proeminentes e os vários instrumentos com grande definição. É do melhor que já vi num automóvel. Fez-me pensar que tenho de renovar o sistema de som aqui no escritório.

Conclusão
O Polestar 2, pela sua configuração e dimensões, não é o carro ideal para cidade. Não é o típico carro que consegues estacionar em qualquer lado. Mas em viagem é simplesmente do melhor. Tem espaço para toda a família, a bagageira é enorme, e o conforto é simplesmente excelente com estes bancos em pele e extremamente personalizáveis.
Tem um bom toque tecnológico, com muitas assistências úteis à condução, sistema operativo Android e um sistema de som da Bowers & Wilkins. Além de ser bastante potente para o cenário de condução em autoestrada (e mesmo em cidade), a segurança que sentimos a bordo mostra que a marca sabe o que está a fazer. Se tens orçamento e procuras um hatchback/fastback premium e privilegias conforto, tecnologia e minimalismo, este é um carro que vais querer conduzir.

Sabe mais sobre este Polestar 2 no site da marca.