Recentemente comecei a testar os primeiros carros elétricos e, como qualquer condutor que nunca testou este tipo de veículos, tinha alguns receios básicos. O maior de todos era mesmo a questão da autonomia. Afinal, esta é uma das grandes razões pelas quais muitos condutores ainda duvidam da mobilidade elétrica. Foi um receio que passou com o primeiro teste.
Foi com o Renault 5 E-Tech que me estreei nestas andanças e podemos afirmar que, com uma bateria de 52 kWh e uma autonomia combinada em ciclo WLTP de 416 km, este não é um veículo para cruzar o país inteiro sem carregar. Como te contei no meu ensaio ao Renault 5, em cenário de cidade conseguimos uma autonomia satisfatória de 350 ou mais quilómetros (dependendo do pé) que naturalmente desce quando vamos para a autoestrada.
O receio de ficar com bateria num carro elétrico perde-se facilmente
Fiz duas viagens de mais de 100 km com o Renault 5 em cenário urbano, estrada nacional e autoestrada e acabou-se o meio maior receio: a ansiedade da autonomia. A verdade é que consegui fazer essa viagem de ida e volta sem carregar e ainda sobrou cerca de 35-40% de bateria.
Obviamente que eu não sou o típico condutor de pé pesado. Gosto de uma condução divertida, mas isso não significa ultrapassar os limites. Por isso, é natural que com uma boa gestão de velocidades e após conhecer um pouco os comportamentos deste tipo de veículo, a chamada "ansiedade da autonomia" passe.
Esse receio desvaneceu ainda mais quando conduzi de Lisboa para Faro e vice-versa com o Polestar 2 que tem uma bateria de 82 kWh. Nesse modelo saí de casa com 100% e cheguei a Faro com 18% numa viagem quase totalmente em autoestrada (na A2) e a 120 km/h.
No regresso saí de Faro com 93%, fiz uma condução mais controlada pelo mesmo trajeto (mais entre 100-110 km/h) e aí consegui chegar com 28% de autonomia. Quando consegues fazer este tipo de viagens sem pensar em carregar, é o melhor remédio para os receios com a autonomia desaparecerem.
É claro que uma viagem maior e com um veículo com menos autonomia pode exigir um maior planeamento e uma ou até duas paragens para carregar. Mas a verdade é que faço sempre pequenas paragens em viagens maiores. Em havendo carregadores disponíveis nos sítios de paragem, não se perde tempo e estica-se as pernas.
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