O carro, em muitos casos, acaba por ser um instrumento de trabalho. O problema é que, em Portugal, a sua aquisição não é assim tão fácil, mesmo que o automóvel seja usado.
De acordo com um estudo feito pela carVertical, Portugal é o país onde a aquisição de um veículo usado é mais difícil de fazer. Isto, tendo em conta a relação estabelecida com os rendimentos que se auferem no país.
Dos 23 países no estudo, Portugal destaca-se no topo da lista
No estudo em questão, foram contemplados 23 países europeus. No topo desta lista, onde ninguém faz muita questão de estar, verificamos que a distância entre o 1º classificado e o 2º é bastante considerável.
Um condutor português, em média, para comprar um carro usado, precisa de trabalhar cerca de 22,4 meses (cerca de 1 ano e 10 meses). Já um condutor romeno, por exemplo, precisa de 15,4 meses (1 ano e 3 meses).
A fechar o pódio, encontra-se a Sérvia, em que o tempo médio de trabalho necessário é de 14,7 meses. A questão é que, ao analisar os números, vemos que há uma grande disparidade com o fundo da lista (via Notícias ao Minuto).
Na Finlândia, por exemplo, nem 3 meses de trabalho seriam necessários (2,7), para poder comprar um automóvel usado. Depois, segue-se a Alemanha (6 meses) e a Suíça (6,1 meses).
O contexto em Portugal
Recorde-se que o salário líquido médio, em Portugal, é de 1 079 euros. O problema é que os gastos com automóveis são bastante superiores ao que um salário nesses valores faria prever.
Quem o sugere é a Standvirtual, ao indicar que, nos primeiros 6 meses do ano, quem comprou carro usado na plataforma gastou mais de 24 200 euros, em média.
"Temos assistido a um aumento progressivo dos preços dos carros usados desde a situação dramática de falta de stock no mercado. No entanto, em 2024, conseguimos verificar o abrandamento deste crescimento e espera-se que os valores se mantenham constantes ou até reduzam ligeiramente num futuro próximo” - explica o diretor de marketing da Standvirtual.
No mesmo sentido, acrescenta ainda que “o preço médio de veículos em 2.ª mão cresceu 4,3% em 2023 em comparação com 2022, bastante menos do que os 16,7% comparado com 2021”.
