Em situações de fogos, os drones podem ser bastante úteis. Afinal de contas, a tecnologia pode aliar-se ao trabalho imprescindível dos bombeiros e ajudar, de forma a extinguir os incêndios o mais rápido possível.
Na prática, para que servem os drones?
Como explica a Flytbase, o grande uso dos drones foca-se em dar informações aos bombeiros, acerca das áreas mais críticas para atuar. No fundo, é uma forma mais evoluída de fazer frente aos fogos, com dados muito mais concretos.
Geralmente, estes usam câmaras térmicas, que apresentam sensores infravermelhos. Através da radiação, estas detetam os sítios que merecem mais atenção, sendo que conseguem, por exemplo, detetar pessoas ou animais que possam ter sido afetados pelo fogo.
Portugal já criou um drone para incêndios
Como o Diário de Coimbra chegou a reportar em 2023, quem também desenvolveu um drone especializado para incêndios foi Portugal. Esta tecnologia foi criada por investigadores do Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Coimbra (UC) e pela Força Aérea.
«Os drones já recolhem imagens do fogo, mas, além de não poderem coexistir com os aviões de combate devido à partilha do espaço aéreo, não têm sistema de localização instalado e essas imagens têm depois de ser analisadas e comparadas, indo ao Google Maps para tentar localizá-las» - referiu o coordenador da investigação, Alexandre Bernardino, do IST.
Na criação portuguesa, o drone foi equipado com duas câmaras de vídeo: uma delas de infravermelhos e georreferenciação. Como o próprio nome indica, estas ajudam a ter uma noção exata de onde o fogo está a acontecer.
«Se tivermos um sistema que, do ar, consiga captar imagens, localizar na imagem onde está o fumo e o fogo e converter essa informação para coordenadas do terreno consegue-se criar o mapa do incêndio e visualizar onde ele está» - acrescentou.
O que diferencia este drone?
Segundo a mesma fonte, as imagens que o drone obtém, numa fase posterior, são transmitidas num computador. «Podemos melhorar o processo de deteção em 20 minutos, embora a questão não esteja validada por estudos exaustivos e advenha da experiência dos meios de combate» - conta Alexandre Bernardino.
Pode-se dizer que o que diferencia este drone tem a ver com a sua forma “atempada” de atuar. O investigador refere que, em cerca de 3 minutos, é possível prever o que irá acontecer com o fogo nas próximas 4 ou 5 horas.
O desenvolvimento desta tecnologia partiu de um investimento de 370 mil euros, por parte do Governo de Portugal. Até ao momento, não obtivemos informação se esse novo drone já está a ser utilizado nos incêndios.