Cientistas querem "imprimir" baterias microscópicas

Filipe Alves
Filipe Alves
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Hoje em dia as impressoras 3D têm sido utilizadas para criar uma quantidade enorme de objectos, desde simples enfeites de mesa até armas que funcionam de verdade. No entanto os pesquisadores e engenheiros ainda enfrentam alguns obstáculos.

Um desses desafios é a produção de baterias — e isso acontece por diferentes motivos, como a capacidade das tintas usadas se solidificarem de maneira precisa ou até mesmo de realizarem as reações químicas que acontecem dentro de componentes deste género. Mas uma equipa de pesquisadores da Universidade de Harvard está a trabalhar por forma a tornar esta "impressão" possível.

Se se estiver a perguntar quais são os benefícios que um avanço destes pode criar, saiba que são muitos. Actualmente as baterias são feitas em parcelas, com componentes eletrónicos separados. Caso elas sejam fabricadas com impressoras 3D, é possível unificar toda a estrutura, gerando componentes bem menores e que podem fornecer energia para diferentes gadgets.

Com isso, espera-se que seja possível criar novos tipos de aparelhos. Um exemplo dado pela própria cientista de materiais que lidera o projeto, Jennifer Lewis, é o de se poder criar dispositivos que monitorizam os sinais vitais de determinados pacientes e que sejam minúsculos, implantados na pele e que funcionem permanentemente.

Para que fosse possível criar baterias da forma desejada, o primeiro passo foi o de criar o que é chamado de “tinta funcional”. É este o material utilizado para fabricar os componentes eletrónicos, como elétrodos e antenas. Isto só foi alcançado com a utilização de nanopartículas de substâncias condutoras, sendo o lítio e a prata alguns dos exemplos fornecidos.

Depois da primeira etapa, desenvolveram o sistema de pressão que vai dar formato à tinta com uma precisão industrial, de modo a que não hajam falhas. Além disso, o material foi tratado com várias soluções diferentes para deixar de ser sólido somente quando a máquina criada exercesse uma certa força, impedindo que ele se “espalhasse” antes de estarem formados os componentes da bateria.

Por enquanto, todo o projecto está ainda no começo e em fase de testes. No entanto já há bons resultados, como a ausência de calor excessivo na hora de imprimir o que for necessário. Além disso, Lewis é capaz de criar desde baterias com um milímetro de tamanho até as de dimensões regulares, mas o objectivo da cientista é poder fabricar produtos em escala microscópica.

Filipe Alves
Filipe Alves
Fundador do projeto 4gnews e desde cedo apaixonado pela tecnologia. A trabalhar na área desde 2009 com passagens pela MEO, Fnac e CarphoneWarehouse (UK). Foi aí que ganhou a experiência que necessitava para entender as necessidades tecnológicas dos utilizadores.