Cientistas fazem descoberta incrível no fundo do mar mas há um problema

Luís Guedes
Luís Guedes
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Há descobertas que são verdadeiramente incríveis e não é um risco dizer que esta é uma delas. Uma equipa de cientistas descobriu que, nas profundezas do oceano, está a ser produzido oxigénio (O2) com uma forma bastante particular.

De acordo com a CNBC, foram identificados “nódulos metálicos em forma de batata” que levantaram uma grande questão entre os especialistas: afinal de contas, como é que o oxigénio é produzido?

O oxigénio é produzido a 4 quilómetros da superfície do mar

A equipa liderada pelo cientista Andrew Sweetman constatou que este está a ser produzido a 4 000 metros da superfície. O mais curioso de tudo isto é que uma teoria popularmente aceite diz-nos que só as plantas é que, com energia, conseguem fabricar O2.

Como explica o cientista, “para que a vida aeróbica começasse no planeta, era preciso que houvesse oxigénio e a nossa compreensão é que o suprimento de oxigénio da Terra começou com organismos fotossintéticos”.

Contudo, ao haver evidências de que existe O2 no fundo do mar, mesmo sem vestígios de luz, Sweetman destaca a questão que se segue. Onde poderá ter a vida aeróbica começado?

Cientista no Mar
Imagem Ilustrativa (via Copilot)

Como foi feita a descoberta?

O oxigénio nas profundezas oceânicas, apelidado de “oxigénio escuro”, foi encontrado enquanto os cientistas obtinham amostras de uma planície abissal entre Havai e México. Ao analisar os módulos que recolhiam, a equipa começou a reparar que alguns tinham carga elétrica demasiado alta.

Segundo a mesma fonte, isso podia fazer com que houvesse uma divisão da água do mar em hidrogénio e oxigénio através da eletrólise da água do mar. Ou seja, através da reação química de oxirredução que é provocada pela transmissão de corrente elétrica.

“Geramos muitas perguntas sem resposta e acho que temos muito em que pensar em termos de como mineramos esses nódulos, que são efetivamente baterias numa rocha” - explicou o professor da Associação Escocesa de Ciências Marinhas do Reino Unido.

Ainda é preciso fazer mais pesquisas, mas há um problema

Apesar desta descoberta já ser impressionante o suficiente, Sweetman considera que seriam precisas mais pesquisas para obter mais dados essenciais. Ainda assim, há um grande entrave, que tem a ver com o facto da mineração em alto mar não ser vista com grandes olhos.

Recorde-se que o processo de mineração envolve usar maquinaria pesada. Isso, por si só, faz com que o risco de criar um impacto negativo no ecossistema marinho aumente significativamente.

De acordo com a CNBC, várias entidades destinadas a fim ambientais alertam que a prática pode levar ao fim de várias espécies. Ainda assim, não deixa de suscitar uma enorme curiosidade o facto de sabermos que há oxigénio no fundo do mar.

Luís Guedes
Luís Guedes
É apaixonado pela escrita. Desde tecnologia, a entretenimento, passando sempre pela música e pelos livros, o Luís é fascinado por tornar o complexo em simples e o simples em ainda mais simples.