Num mundo ideal, qualquer superfície ou objeto teria o potencial de converter a luz solar em energia elétrica, incluindo os telhados das casas, os automóveis e até as capas de telemóveis, por exemplo.
A verdade é que este cenário há muito que é explorado pela comunidade científica, que acaba de anunciar ter dado mais um passo na criação de um painel solar flexível, fino o suficiente para ser aplicado noutros objetos, transformando-os em fontes portáteis - e eficientes – de energia elétrica.
Células de perovskita podem substituir silício
A notícia chega através da Live Science, que fala numa nova proposta desenvolvida na Universidade de Oxford, que poderá revolucionar o mercado dos painéis solares e tornar-nos em potenciais mini-geradores de energia.
Os cientistas envolvidos neste projeto conseguiram criar células solares cerca de 150 vezes mais finas do que os atuais painéis feitos à base de silício, o que permite criar painéis extremamente flexíveis, impressos, virtualmente aplicáveis a qualquer superfície.
Na base destas células está a utilização de estruturas de perovskita, uma tecnologia fotovoltaica emergente que tem recebido atenção considerável nos últimos anos, por meio de versões sintéticas de um mineral composto por óxido de cálcio e titânio - a perovskita.
Segundo os responsáveis do projeto, estas versões podem criadas em laboratório de forma relativamente barata, com o material a relevar uma eficiência de conversão energética na ordem dos 25,5% - superior às versões de silício e mesmo de grafeno.
Apesar do potencial, a perovskita é um material ainda associado a problemas de instabilidade, ao nível da resistência à humidade e a reações químicas geradas com a exposição ao ar, o que pode reduzir a sua vida útil a alguns meses.
Uma das soluções passa por usar as estruturas de perovskitas em conjunto com células de silício, em camadas, solução que os cientistas de Oxford adotaram para melhorar a fotossensibilidade do material.