Um estudo feito por um grupo de cientistas britânicos fez uma nova descoberta alarmante: a Antártida Ocidental sofreu uma perda demasiado rápida na sua camada de gelo, o que pode ditar um futuro devastador para a subida do nível do mar.
De acordo com os autores deste estudo, este é o primeiro indício direto que mostra uma perda tão rápida de gelo em qualquer lugar da Antártida.
Camada de gelo diminuiu 450 metros, mais do triplo da altura da Torre Vasco da Gama
Os números apontam para uma situação alarmante. Segundo o estudo que foi publicado na revista Geoscience, parte da camada de gelo diminuiu 450 metros. Para efeitos de comparação, trata-se de mais do triplo da altura da Torre Vasco da Gama, localizada em Lisboa e um dos edifícios mais altos do país.
Pior: esta diminuição aconteceu durante um período de apenas 200 anos no final da última Era Glacial. Ainda que a perda de gelo na Antártida Ocidental fosse uma situação conhecida, não se sabia em que momento tinha acontecido.
Em declarações à CNN norte-americana, Eric Wolff, um dos autores do estudo e glaciologista da Universidade de Cambridge, explica que “conseguimos dizer exatamente quando recuou e também conseguimos dizer com que rapidez diminuiu”.
O mesmo especialista alerta para o facto de que se a camada de gelo voltar a “começar a recuar, vai fazê-lo muito rapidamente”.
Camada de gelo da Antártida Ocidental é bastante vulnerável às alterações climáticas
Para Eric Wolff foi uma surpresa os dados revelaram a rapidez com que o gelo diminuiu no final da última Era Glacial. Saliente-se que a camada de gelo da Antártida Ocidental é particularmente vulnerável às alterações climáticas.
Tudo porque o solo por baixo está abaixo do nível do mar e tem uma inclinação descendente. Água mais quente neste local pode levar a que essa camada de gelo derreta muito rapidamente.
As boas notícias é que estes dados podem ajudar os cientistas a melhorar a precisão dos modelos utilizados para a previsão de resposta da camada de gelo face ao aquecimento global no futuro.