
Sistema comprometido detetado e isolado
A gigante francesa de telecomunicações Orange, uma das maiores operadoras do mundo, revelou ter detetado na sexta-feira passada um ciberataque num dos seus sistemas de informação.
A intrusão foi identificada a 25 de julho pela Orange Cyberdefense, unidade de cibersegurança do grupo, que procedeu de imediato ao isolamento do sistema afetado, impedindo a propagação do ataque.
Apesar da rápida resposta, o processo de contenção causou algumas perturbações operacionais, sobretudo em França, afetando clientes empresariais e alguns serviços de consumo. A empresa estima que os serviços sejam gradualmente restabelecidos até à manhã de quarta-feira, 30 de julho.
Um grande contraste em relação à resposta da DIGI no nosso país, quando ocorreu o apagão em abril deste ano.
Autoridades alertadas e investigação em curso
A Orange informou ter comunicado o incidente às autoridades competentes e já apresentou uma queixa formal. Até ao momento, a investigação interna não encontrou indícios de roubo de dados.
“Nesta fase da investigação, não há qualquer evidência de que dados de clientes ou da própria Orange tenham sido extraídos. Continuamos vigilantes nesta matéria”, declarou a empresa em comunicado.
Possível ligação a grupo de ciberespionagem chinês?
Embora a Orange não tenha atribuído o ataque a um grupo específico, o incidente apresenta semelhanças com uma série de violações recentes de operadores de telecomunicações em vários países. Estes ataques têm sido associados ao grupo de ciberespionagem chinês Salt Typhoon.
Em outubro, o FBI e a CISA confirmaram que hackers deste grupo tinham comprometido várias operadoras norte-americanas, como a AT&T, Verizon, Lumen e outras, bem como empresas de telecomunicações em dezenas de outros países.
Nos últimos meses, empresas dos EUA como a Comcast, Digital Realty e a Viasat, também foram identificadas como potenciais vítimas do mesmo grupo.
Histórico de ataques no início do ano
Este não foi o primeiro incidente do género para a Orange. Em fevereiro, a filial romena da empresa sofreu outro ataque, tendo sido comprometida uma aplicação não crítica.
Na altura, um cibercriminoso que usa online o nome "Rey", reivindicou o roubo de milhares de documentos internos, incluindo dados de funcionários, registos de utilizadores, código-fonte, faturas, contratos e mais de 380 mil endereços de e-mail.
A Orange ocupa a 8.ª posição entre os maiores operadores móveis do mundo, com aproximadamente 305 milhões de subscrições móveis.