China persegue Tesla para não perder corrida de robôs humanoides

Mónica Marques
Mónica Marques
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No mercado de veículos elétricos, China e Tesla são já concorrentes de peso, mas parece que podem transferir essa rivalidade para mais uma área: a robótica.

Na conferência mundial de robótica, que decorreu esta semana em Pequim, várias empresas chinesas exibiram os seus robôs humanoides alimentados a bateria, mostrando à empresa norte-americana que não é só o Optimus que pode trabalhar em fábricas.

Indústria robótica chinesa vai usar a mesma fórmula dos veículos elétricos

Robô humanoide Tesla Optimus
Robô humanoide Optimus da Tesla

Segundo a agência de notícias Reuters, a indústria chinesa de robótica está a beneficiar da mesma fórmula utilizada para impulsionar a indústria de veículos elétricos.

Mais concretamente, a robótica chinesa conta também com o apoio governamental, uma cadeia de fornecedores ampla e uma competição implacável de preços.

Por estas razões, Arjen Rao, analista do Instituto LeadLeo Research, sediado na China, disse à agência noticiosa que “a indústria chinesa de robôs humanoides tem vantagens claras na integração da cadeia de fornecedores e na capacidade de produção em massa”.

Até porque conta com o apoio do próprio presidente chinês que é o principal impulsionador da “política de desenvolvimento de novas forças produtivas em tecnologia”, tal como estava explícito num dos folhetos da conferência robótica desta semana.

Pequim e Xangai investem na indústria robótica

Também a nível local, as cidades chinesas estão a fazer o seu próprio investimento nesta indústria emergente. De acordo com dados divulgados pela agência Reuters, Pequim lançou um fundo estatal de 1,4 mil milhões de dólares – cerca de 1,2 mil milhões de euros – para esta indústria em janeiro.

A cidade de Xangai não ficou atrás e já anunciou planos para criar um fundo no mesmo valor de 1,4 mil milhões de dólares também para a indústria de humanoides.

E este pode ser um investimento facilmente recuperável. Tudo porque a empresa Goldman Sachs já previu que o mercado global anual de robôs humanoides ia atingir os 38 mil milhões de dólares (aproximadamente 34 mil milhões de euros) até ao ano de 2035.

Saliente-se ainda que a Goldman Sachs prevê que nesta altura tenham já sido vendidos aproximadamente 1,4 milhões de robôs humanoides tanto para aplicação na área industrial como também para casas particulares.

Mónica Marques
Mónica Marques
Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt