ChatGPT: 70% dos europeus já fazem pesquisas com recurso à IA

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 3 min.

O advento da inteligência artificial aplicadas a soluções como o bot ou automatismo de conversação ChatGPT veio mudar a perceção dos utilizadores da Internet e a forma como estes fazem pesquisas online. Em Portugal, cerca de 70% dos utilizadores de internet já realizam pesquisas com recurso à Inteligência Artificial.

Os dados foram agora avançados pelo Grupo Euroconsumers, no seu mais recente estudo divulgado também pela DECO Proteste. Em particular, temos por base um inquérito realizado a consumidores europeus, em junho deste ano.

ChatGPT Portugal

A pesquisa foi realizada na Bélgica, Itália, Espanha e Portugal, países membros do Grupo; obtiveram-se 4212 respostas válidas e os dados foram recolhidos através de um questionário online. As questões foram feitas a internautas com idade entre os 18 e os 74 anos.

A propósito, damos agora a conhecer 10 considerações avançadas pela DECO PROTESTE sobre a relação dos consumidores no que respeita a confiança, a confiabilidade, a regulamentação e a satisfação geral com o ChatGPT.

1. O ChatGPT é real

O ChatGPT existe e já é bastante usado. Cerca de 1 em cada 2 entrevistados relatou já ter experimentado o ChatGPT ou sistemas baseados em Inteligência Artificial: 18% “usam de vez em quando” e 12% fazem-no “com frequência”.

A diferença de idades dos utilizadores é grande: 75% dos 18 aos 34 anos já experimentaram o ChatGPT e no grupo dos 55 aos 74 anos, apenas 29%.

2. Ainda há dúvidas no ar

Os motivos mais apresentados para não usar o ChatGPT foram: 1. “Nunca ouvi falar”, seguido de 2.“Preocupações com a privacidade” e 3. “Falta de confiança nas respostas geradas”.

3. Para que se usa o ChatGPT

As principais razões para os entrevistados usarem o ChatGPT é a procura de informações (68%). Seguido da necessidade de redigir textos (62%), de resumir a informação (37%), obter inspiração (31%) e gerar imagens (25%).

4. Utilizadores satisfeitos

De modo geral, os utilizadores do ChatGPT tendem a ter uma experiência sem complicações.

Aqui estando a maioria ‘satisfeita’ com o serviço prestado (84%). Isto devido à facilidade de registo, facilidade de utilização, fiabilidade das respostas e eficiência na geração de conteúdos.

5. Um novo gatilho para a competitividade

A decisão de apoiar a OpenAI e o GTP veio dar à Microsoft uma posição única no que toca ao acesso à inteligência artificial.

A satisfação geral dos utilizadores do ChatGPT parece traduzir- se numa vantagem competitiva: 15% dos utilizadores optam por aceder através da Microsoft BING. Já 44% afirmam que este se tornou o seu principal mecanismo de pesquisa.

6. Fonte de informação de confiança

A maioria dos entrevistados considera o ChatGPT uma fonte de informação credível (31%) e 73% encontram-se satisfeitos com a confiabilidade das respostas fornecidas.

7. Potenciador de eficiência ou de preguiça?

Ao todo, 33% de todos os entrevistados (utilizadores, ou não, do ChatGPT) estão convencidos de que esta ferramenta de inteligência artificial pode ajudar a economizar muito tempo em várias áreas profissionais.

Já quase o mesmo número de inquiridos (34%) acredita que isso tornará as pessoas mais preguiçosas ou levará a mais desemprego (28%).

8. ChatGPT vs. Privacidade: confiar ou não confiar?

Os utilizadores do ChatGPT tendem a confiar que a sua privacidade está garantida ao usar a ferramenta ou sistemas semelhantes. Metade dos entrevistados (48%) expressam confiança moderada e 37% confiança elevada. Cerca de um terço de todos os entrevistados (usuários e não usuários) expressaram a sua preocupação de que a Inteligência Artificial levará a um maior abuso de tratamento de dados privados (34%).

9. Quem detém as rédeas do ChatGPT?

Apenas 21% de todos os inquiridos confiam nas autoridades europeias para um controlo eficaz sobre os dados recolhidos através do ChatGPT.

Por outro lado, cerca de 30% considera que as autoridades europeias e nacionais deviam ter a opção de bloquear temporariamente o ChatGPT, no caso de interesse europeu ou nacional.

10. Uma questão de transparência, informação e confiança

A maioria dos entrevistados (59%) acredita que os consumidores devem estar bem informados ao lidar com um sistema de decisão automatizado. No entanto, poucos deles se sentem bem ou muito bem informados hoje (27%).

Tendo em mente que 1 em cada 5 acham que a IA já está muito presente no seu quotidiano.

Ao mesmo tempo, apenas 1 em cada 10 entrevistados considera a legislação atual adequada o suficiente para regular com eficiência as atividades baseadas em IA.

Por fim, a maioria (55%) está convencido de que a IA nunca deve ser usada para vigilância dos cidadãos.

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.