CEO da Netflix diz que IA não é uma ameaça para os criativos, mas há outro perigo

Mónica Marques
Mónica Marques
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Ted Sarandos, CEO da Netflix, acredita que a tecnologia IA generativa não vai substituir os atores e os argumentistas. No entanto, o alto responsável da plataforma de streaming adverte que o perigo para os postos de trabalho pode chegar de outra forma.

Diz Sarandos: “A IA não vai tirar empregos. As pessoas que usam bem a IA é que podem ganhar esses mesmos empregos”.

Ted Sarandos recorda outras mudanças no mundo do entretenimento

Ted Sarados

Ted Sarados, CEO Netflix - Créditos: Wikipedia

As declarações do alto responsável da Netflix foram feitas numa entrevista exclusiva ao The New York Times, durante a qual Ted Sarandos recordou outras mudanças no mundo do entretenimento.

“Lembram-se da luta contra o vídeo doméstico? Todos os avanços na tecnologia do entretenimento foram combatidos e, em última análise, resultaram no crescimento do negócio”, afirmou Ted Sarandos.

O responsável adiantou também que a adaptação a esta nova era da Inteligência Artificial é semelhante à fase de transição entre aluguer de DVD e a chegada das plataformas de streaming.

Sarandos acredita que a “IA é um avanço natural do que está a acontecer no espaço criativo. Argumentistas, realizadores e editores vão usar a IA como uma ferramenta para executar melhor o seu trabalho e fazer as coisas de forma mais eficaz e eficiente”.

E é neste sentido que o CEO da Netflix acredita que profissionais que saibam usar bem a tecnologia de Inteligência Artificial possam entrar para o mercado de trabalho neste segmento.

Recorde-se que a greve de atores e argumentistas de Hollywood que decorreu durante vários meses em 2023 se ficou a dever exatamente ao receio de que a tecnologia IA fosse uma ameaça aos meios de subsistência destes profissionais, assim como as imagens dos atores pudessem ser utilizadas sem as devidas autorizações e compensações.

Vídeo de música totalmente criado pelo Sora da OpenAI

Entretanto, a tecnologia de IA continua o seu caminho e em fevereiro deste ano, a OpenAI apresentou a sua plataforma Sora. Esta ferramenta, direcionada para o vídeo, consegue gerar cenas complexas com várias personagens, movimento e até detalhes do assunto e do fundo.

No início deste mês, o artista norte-americano conhecido como Washed Out divulgou um vídeo musical com a duração de quatro minutos que foi totalmente desenvolvido com a plataforma Sora.

Deixamos-te em baixo o vídeo, no qual nenhum dos atores é real. Todas as cenas e personagens foram criados inteiramente pela plataforma Sora.

Mónica Marques
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Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt