Parece que os Estados Unidos (EUA) andam bastante inseguros no que toca à indústria automóvel. Ao que tudo indica, a grande ameaça é mesmo a China e isso nota-se até em termos políticos.
Recorde-se que, tal como a 4gnews noticiou recentemente, o governo dos EUA tem a intenção de aplicar impostos altíssimos aos carros chineses. Isso acontece porque a China, a preços muito baratos, está a oferecer soluções muito boas de veículos elétricos.
Os Estados Unidos querem aumentar os impostos sobre os carros da China
De acordo com a AP News, utilizemos o exemplo do modelo Seagull da marca BYD. Este foi vendido por cerca de 11 000 € na China, o que é cerca de três vezes mais barato que versões idênticas feitas nos EUA.
Para os Estados Unidos, isto tem sido um verdadeiro motivo de preocupação. Mesmo que os impostos aumentem para o dobro, por hipótese, os carros chineses continuam a ser competitivos face aos preços praticados.
Quem já antevê esta dominância chinesa é Sam Fiorani. Para o vice-presidente da AutoForecast Solutions, a equação é muito simples: “qualquer montadora que não preste atenção neles como concorrentes estará perdida quando chegarem ao seu mercado”.
Posto isto, mesmo com as restrições do governo norte-americano, Fiorani acredita que a chegada da BYD aos Estados Unidos é uma mera questão de tempo, nesta fase.
Ao que tudo indica, o governo de Biden já identificou esse crescimento notável da China no setor automóvel elétrico. Ainda assim, a Alliance for American Manufacturing não descarta a possibilidade do impacto ser maior do que se prevê.
Elon Musk acredita que a China pode "demolir" muitas empresas
Tal como cita a AP News, a entidade em questão acredita que este crescimento pode mesmo resultar em extinção de marcas de carros elétricos norte-americanos.
O mais preocupante de tudo para os EUA é que até os grandes já olham para a China com bastante receio. Um exemplo disso é o CEO da Tesla, Elon Musk, que acredita que os chineses “demolirão a maioria das outras empresas automobilísticas do mundo”.
Esta forma da China se apresentar no mercado dos veículos elétricos muda por completo o jogo. Isso porque, não raras vezes, associamos este tipo de carros a opções pouco amigas da carteira.
A situação aqui é que a BYD está a certificar-se que tem oferta disponível para todo o tipo de públicos, inclusive os que têm menos possibilidades financeiras. No entender de Bill Russo, isso é algo que não acontece em mercados ocidentais.
O fundador da Automobility Ltd considera que, nesses mercados, não houve uma democratização dos carros elétricos. Por isso, tratam-se de opções que servem nichos. É o exato oposto que a China está a promover, nesta área.
Todos os especialistas parecem unânimes ao dizer que os EUA têm de “pedalar” muito para aguentarem o crescimento da China. Depois de experimentar um Seagull da BYD, o presidente da Caresoft Global considera que os norte-americanos têm de evoluir radicalmente.