O ano era 1995. O cofundador da Microsoft, Bill Gates, explicava ao apresentador David Letterman sobre a visão da empresa de, com o poder do Windows, um dia iria colocar um computador em cada mesa e em cada casa. A pergunta a seguir de Letterman marcaria a história: “E essa coisa de internet? Sabes alguma coisa sobre isso?"
Enquanto Gates explica tudo com calma, Letterman mantém o tom de ceticismo e admite estar numa posição de ser fácil de criticar algo por não compreender essa coisa realmente. O curioso é que, há quase 30 anos, o visionário Gates fala do potencial da internet e até acaba por citar o (tão bem sucedido hoje) conteúdo sob demanda.
A visão de Gates em meio ao ceticismo
Conforme é possível ver a partir de 3:15 do vídeo acima, Gates respondeu o seguinte sobre a Internet:
"Bem, tornou-se um lugar onde as pessoas estão a publicar informações para que todos possam ter sua própria página inicial. As empresas estão lá com as informações mais recentes, é selvagem o que está a acontecer. Você pode enviar e-mails para as pessoas, é a grande novidade", afirmou o empresário animado.
Noutras palavras, mesmo naquela época, Bill Gates já via o potencial da Internet como um espaço profissional e de divulgação de empresas e de meio de comunicação. Ainda descrente da ideia, Letterman comenta sobre um anúncio de que seria possível ouvir a transmissão de um jogo de baseball na Internet. Neste momento, o apresentador ironiza a novidade ao comparar a tarefa ao que o rádio já fazia.
Gates, então, aponta a diferença crucial: "Você pode ouvir o jogo de beisebol quando quiser." A resposta parece simples, mas é uma referência ao que hoje conhecemos como conteúdo sob demanda nos streamings, mesmo que, para Letterman, tenha soado apenas como um gravador sofisticado.
O engraçado é imaginar que tanto Letterman, quanto as assistentes a que ele refere-se ou mesmo o público que riu do seu desdém com a Internet, hoje, com certeza, possuem computadores nas suas casas e mantêm-se conectados à Internet nos seus smartphones. Esse sentimento de nostalgia e ironia foi bem explicado pelo primeiro comentário do vídeo.
Tradução
"É irónico que agora estejamos a assistir a isso no canal do YouTube do Letterman."