A autonomia da bateria continua a ser o "calcanhar de Aquiles" de muitos smartphones. Podes ter o processador mais rápido e o ecrã mais espetacular, mas pouco serve se ficas pendurado a meio da tarde. As baterias de iões de lítio que usamos há anos estão a atingir o seu limite.
É aqui que entra uma mais recente tecnologia que promete ser a próxima grande revolução: as baterias de silício-carbono. Marcas chinesas como a Honor, OnePlus e Xiaomi já as estão a usar nos seus topos de gama, e os resultados são impressionantes.
O que são e como funcionam?
De forma a simplificar, as baterias de silício-carbono continuam a ser baterias de iões de lítio, mas com uma grande diferença no seu interior. O ânodo (o polo negativo), que tradicionalmente é feito de grafite, é agora substituído por um composto que mistura silício e carbono. A razão é simples. O silício tem uma capacidade teórica para armazenar até 10 vezes mais iões de lítio do que o grafite. Isto significa uma densidade energética muito maior.
O problema do silício puro é que ele incha brutalmente (cerca de 300%) durante o carregamento, que levaria à destruição da bateria. Ao misturá-lo com carbono, os engenheiros conseguem controlar esta expansão, tornando a tecnologia viável para usar dentro de um smartphone.
As vantagens e o que ganhas com isto
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Mais capacidade no mesmo espaço: a maior densidade energética permite que os fabricantes coloquem baterias com muito mais mAh num corpo com a mesma espessura. É por isso que já vemos telemóveis como o OnePlus 13 com baterias de 6000 mAh, algo impensável há uns anos sem que parecessem um tijolo;
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Carregamento mais rápido: estas baterias, graças à sua melhor condutividade, suportam velocidades de carregamento mais elevadas com maior segurança e menor degradação;
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Telemóveis mais finos: a tecnologia permite criar telemóveis muito finos e dobráveis sem sacrificar a autonomia, como já vimos no Honor Magic V3, um dos dobráveis pioneiros a usar esta bateria no mercado global.
Durabilidade é o grande ponto de interrogação
Mas nem tudo são boas notícias. Esta revolução vem com um custo, e ele chama-se longevidade. Segundo o site AndroidPolice e vários especialistas da indústria, o grande compromisso das baterias de silício-carbono é a sua vida útil potencialmente mais curta.
Apesar de controlado, o silício continua a expandir-se mais do que o grafite. O que pode levar a uma degradação mais rápida da capacidade da bateria ao longo dos anos de utilização diária. Alguns engenheiros sugerem que estas baterias perdem mais capacidade nos seus primeiros 2 a 3 anos de vida em comparação com as baterias tradicionais.
O argumento de defesa dos fabricantes é que, como a capacidade inicial é muito maior, mesmo que a bateria degrade mais depressa, ao fim de dois anos, 80% de uma bateria de 6000 mAh (4800 mAh) continua a ser mais do que 90% de uma bateria tradicional de 5000 mAh (4500 mAh). É uma troca que tens de estar disposto a fazer: mais autonomia no imediato, por uma vida útil potencialmente mais curta.