Quando pensamos em materiais associados à criação de baterias de carros elétricos, “saltam” à cabeça nomes como lítio ou cobalto. A questão é que, aparentemente, também o carvão pode ser uma grande ajuda na conceção das mesmas.
De acordo com a Electrek, a descoberta foi feita por investigadores do Laboratório Nacional de Oak Ridge (ORNL). Na prática, os estudiosos encontraram uma forma de usar este combustível, geralmente “sujo”, para conceber baterias em novos veículos limpos.
O carvão é transformado em grafite
Com base na informação que dispomos, o processo em questão baseia-se na transformação de carvão em grafite. Recorde-se que este é um componente bastante relevante na bateria de um veículo elétrico.
Segundo a mesma fonte de informação, é até o material mais usado na conceção de uma bateria, tal como nos mostra o infográfico da Elements. Contudo, há uma questão: a maioria do grafite que existe é oriundo da China.
Assim sendo, para não ficar para trás na corrida, os pesquisadores dos Estados Unidos encontraram uma maneira de colmatar esta diferença. Ou seja, usar o que têm em abundância (carvão) e fazer dele grafite.
Na prática, o ORNL filtra as impurezas do carvão e remove-as, para que o produto final fique a ponto de ser usado na bateria de um carro. O método em questão não só é mais rápido, como é até 13% menos dispendioso, o que é sempre uma ótima notícia.
“No processo ORNL, se a eletricidade for verde, todo o processo será verde. Especialmente porque o carvão historicamente tem essa reputação de "sujo", um próximo passo particularmente importante é rastrear as emissões de toda a cadeia de suprimentos por meio do processo de fabricação” - explica Prashant Nagaparkur.
O pesquisador do Laboratório Nacional de Oak Ridge acrescenta que “isso pode demonstrar que é de facto uma opção mais verde fabricar grafite a partir do carvão” (via Electrek).
A transformação do grafite pode ser feita através de carvão que se torna lixo
Uma parte interessante é que o processo não acontece apenas com o carvão que vem do solo. Também podem ser utilizadas as cinzas “volantes” e outras que resultam de esforços antigos de mineração. Por outras palavras, não requer novos gastos em mineração.
Os estudiosos explicam que esse carvão que é tornado “lixo” pode ser limpo ao servir de alimento de uma bateria de carro. Apontam inclusive que o lixo de carvão nos Estados Unidos daria para 30% do grafite necessário até 2050.
Resta esperar por evoluções futuras, para perceber se esta nova estratégia pode ter, na realidade, um impacto significativo ou não.