A Nissan deu mais um passo significativo no desenvolvimento da condução autónoma. Concluiu com sucesso o seu projeto de investigação evolvAD no Reino Unido, que se focou em dominar os desafios das estradas rurais. E para demonstrar o potencial desta tecnologia, especialmente para garantir a independência e mobilidade dos condutores mais idosos, a marca japonesa colocou um avô de 93 anos ao volante.
Brad Ashton, um argumentista de comédia reformado com uns impressionantes 93 anos, esteve ao volante (ou melhor, no lugar do condutor) de um dos seus veículos de teste autónomos. A experiência, juntamente com os resultados de um novo inquérito da Nissan, mostra um futuro promissor para uma mobilidade mais inclusiva.
O ex-argumentista que conduz desde 1947 e usa atualmente o seu Nissan Micra para as suas deslocações diárias e para cuidar da esposa, foi convidado a experimentar a tecnologia de condução autónoma da Nissan nas sinuosas estradas rurais perto do Centro Técnico da marca em Cranfield.
Sentiu-se "seguro e relaxado durante toda a experiência"
A reação foi bastante positiva. Descreveu a tecnologia como "fantástica" e afirmou ter-se sentido "seguro e relaxado durante toda a experiência". Para Brad, esta inovação tem o potencial de ajudar pessoas como ele a manterem a independência e o contacto social, especialmente em zonas rurais onde os transportes públicos são escassos. A única sugestão que deixou, em tom de brincadeira, foi que "seria ótimo se os carros sem condutor do futuro conseguissem encontrar um lugar de estacionamento".
A experiência de Brad vai ao encontro das conclusões de um inquérito recente encomendado pela Nissan à OnePoll, realizado a 1000 pessoas com mais de 70 anos no Reino Unido e concluído em março de 2025. Os dados mostram que mais de metade dos inquiridos sentir-se-ia "incapaz" se tivesse de deixar de conduzir, e 63% sublinham a importância de não dependerem de outros para as suas necessidades diárias de transporte.
Um dado particularmente preocupante é que mais de um terço (36%) dos que vivem em zonas rurais e já não podem conduzir afirmam sentir-se socialmente isolados. A boa notícia é que 64% gostariam que a tecnologia futura, como os carros autónomos, os ajudasse a permanecer independentes. E um em cada cinco aceitaria de bom grado experimentar um veículo autónomo se isso lhes permitisse manter a mobilidade sem assistência.
Este teste e o inquérito surgem no momento em que a Nissan conclui o projeto evolvAD. Neste projeto foram percorridos mais de 16 000 quilómetros em modo autónomo sem qualquer acidente, em autoestradas, estradas urbanas, residenciais e rurais no Reino Unido. Este trabalho baseia-se em projetos anteriores da marca e pretende aproximar a mobilidade autónoma da realidade.
David Moss, Vice-Presidente Sénior de Investigação e Desenvolvimento da Nissan para a região AMIEO (África, Médio Oriente, Índia, Europa e Oceânia), reforça que esta tecnologia, além de tornar a condução mais segura (reduzindo o erro humano) e mais limpa (melhorando a eficiência), pode "dar acesso à mobilidade a muito mais pessoas que atualmente não a podem ter devido à sua localização, idade ou deficiência".