Na última segunda-feira, o serviço de emergência de São Francisco, nos Estados Unidos, recebeu um chamado relativo a um atropelamento. Quando chegaram ao local, os socorristas encontraram a vítima presa debaixo de um veículo autónomo da marca Cruise.
Os investigadores não encontraram outros veículos nas proximidades e não havia ninguém no carro da Cruise. Apesar do acidente parecer incriminar a empresa de veículos autónomos, um porta-voz da Cruise já entregou um vídeo às autoridades que comprova a inocência da companhia.
O que aconteceu realmente no acidente com o carro Cruise?
Ainda na noite do acidente, um porta-voz da Cruise revelou à imprensa que o vídeo da câmara do painel do carro autónomo envolvido no acidente possibilitou averiguar o que realmente aconteceu.
De acordo com a empresa, o responsável pelo acidente foi outro carro conduzido por um humano. O vídeo, entregue à Polícia e não divulgado à imprensa, mostra um sedan de cor escura ao lado do carro Cruise pouco antes do acidente.
Os dois veículos circulavam normalmente por um sinal verde quando a vítima tentou atravessar a rua. É nesse momento que o condutor do carro mais escuro atropela acidentalmente a mulher.
"O impacto inicial foi grave e projetou a mulher diretamente para a frente do carro autónomo", explicou o comunicado da Cruise. Nesse momento, o veículo autónomo travou de forma agressiva para minimizar o impacto. Infelizmente, o condutor responsável fugiu do local.
A empresa também usou a sua conta na rede social X, antigo Twitter, para tornar o comunicado sobre o acidente público. Além da explicação, a Cruise declarou:
"O condutor do outro veículo fugiu da cena, e a pedido da polícia, o veículo autónomo permaneceu no local. A nossa profunda preocupação e foco é o bem-estar da pessoa que ficou ferida, e estamos a colaborar ativamente com a polícia para identificar o condutor responsável", diziam as publicações no X."
Uma situação única para as equipas de socorro
Apesar de o acidente ter envolvido dois carros e um condutor, a cena encontrada pelos bombeiros era constituída apenas pela vítima com múltiplos ferimentos e um carro sem condutor.
Numa entrevista no local da colisão, o capitão dos bombeiros de São Francisco, Justin Schorr, descreveu a experiência como "uma situação única para as equipas de resgate."
"Quando chegaram ao local, encontraram uma mulher debaixo do eixo traseiro esquerdo de um veículo autónomo. As equipas de resgate disseram que não havia condutores ou passageiros para perguntar sobre a natureza dos ferimentos ou como a vítima foi parar debaixo do veículo", relatou Schorr.
Para retirar a mulher de debaixo do veículo, as equipas de socorro, que chegaram ao local 60 segundos após o chamado inicial, precisaram de ferramentas pesadas. Além disso, os bombeiros entraram em contacto com o operador do veículo através dos controlos de voz dentro do robô-táxi.
Na manhã de terça-feira, a polícia de São Francisco confirmou os detalhes básicos do que Cruise disse ter acontecido, mas ainda não classificou o acidente como investigação de atropelamento e fuga.
Empresas de veículos autónomos já enfrentaram outros problemas
Ainda este ano, equipas de socorro criticaram empresas de veículos autónomos e citaram situações em que os carros chegaram a bloquear o trânsito de ambulâncias em situações de emergência.
O chefe dos bombeiros de São Francisco chegou a afirmar que empresas como a Cruise e a Waymo não estavam preparadas para operar em todas as horas do dia.
Apesar dos alertas, a expansão dos veículos autónomos nas ruas de São Francisco como serviço de táxi foi aprovada em agosto pela Comissão de Serviços Públicos da Califórnia. No mesmo mês, um veículo da Cruise colidiu com um caminhão do Corpo de Bombeiros de São Francisco. Após o incidente, a Cruise concordou em reduzir a sua frota pela metade.
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