A Asus tem saltitado entre conceitos nos últimos nos seus smartphones topo de gama. Depois dos Flip, com câmara rotativa que tanto gostávamos, a marca optou por uma abordagem mais sóbria com os Zenfone 9 e 10. Nesses modelos com uma filosofia de smartphone compacto.
Asus Zenfone 11 Ultra
Processador: Snapdragon 8 Gen 3
Ecrã: AMOLED LTPO, 6,78 polegadas, 144Hz, 2500 nits
Bateria: 5500mAh, Quick Charge 5.0, carregamento PD
Câmaras traseiras: 50 MP + 13 MP + 32 MP
Câmara frontal: 32 MP
Certificação: IP68
Agora a batuta parece mudar, para um único topo de gama e logo com o cognome de Ultra - mais concretamente Zenfone 11 Ultra. Testámos este modelo ao longo das últimas duas semanas e neste artigo encontras as conclusões.
Unboxing
O Zenfone 11 Ultra chega-nos às mãos numa caixa com a sobriedade que tem caracterizado esta série de smartphones. À cabeça, lá dentro encontras o smartphone e por baixo um cabo de carregamento USB-C, tarjeta para colocar o cartão SIM e uma capa para protegeres o teu investimento.
Infelizmente não encontramos carregador incluído na caixa. Se no ROG Phone 8 isso era uma realidade, neste modelo a Asus optou por seguir o caminho de outros concorrentes e não colocar este acessório incluído na caixa do equipamento.
Design familiar e ótima construção
O design do Zenfone 11 Ultra pode parecer familiar aos leitores mais atentos. Na verdade, temos aqui um hardware em quase tudo semelhante ao ROG Phone 8 que testámos anteriormente. Perde algum do aspeto gaming (como o logo RGB iluminado na traseira) mas ganha em sobriedade.
Este é, aliás, o prato forte do design deste modelo. Não é particularmente exuberante, mas será que tem de o ser? A verdade é que cumpre muito bem. Apesar de ser um smartphone grande e talvez até um pouco pesado, é muito confortável de usar pelas arestas curvas.
Predomina o vidro à frente e atrás, sendo que a lateral é em alumínio. Como na maioria dos equipamentos topo de gama, o módulo das câmaras é pronunciado, de forma a abarcar sensores de qualidade.
Pode dizer-se que é um smartphone muito bem construído. O ecrã tem inclusivamente Gorilla Glass Victus 2 para proteção e a certificação IP68 também está incluída. Um ponto menos positivo é o facto de Asus ter basicamente usado exatamente o mesmo hardware para dois smartphones topo de gama para públicos distintos.
Ecrã soberbo
Como já referi acima, este modelo tem o mesmo hardware do ROG Phone 8. Ou seja, temos aqui um ecrã de excelente qualidade, ideal para veres vídeos, jogares os teus jogos favoritos ou navegar nas redes sociais.
Com uma taxa de atualização de 144 Hz, é seguramente dos smartphones mais fluidos para jogar. E o seu pico de brilho de 2500 nits, embora não seja o mais alto do mercado, revela-se mais que suficiente para que o smartphone tenha uma excelente legibilidade sob luz intensa.
De realçar que, debaixo do ecrã, encontras um sensor de impressões digitais embutido. Este sensor funciona de forma bastante rápida, para que possas acelerar o processo de desbloqueio do smartphone mais rapidamente. Podes contar com certificação Widevine L1 para que serviços como a Netflix corram até Full HD.
Áudio de qualidade
O áudio é uma das áreas em que a Asus trabalha muito bem nos seus smartphones e o Zenfone 11 Ultra não é exceção. É um smartphone com altifalantes estéreo de qualidade, que serão uma boa adição no momento de jogar ou escutares as tuas playlists favoritas no Spotify.
Um “pormaior” neste modelo é a inclusão de uma porta jack 3,5 mm. Algo cada vez mais raro nos smartphones, que está incluído neste modelo para que nada falte aos audiófilos. E esta inclui suporte para áudio Hi-Res.
Desempenho de topo
Como bom topo de gama que é, o Zenfone 11 Ultra vem equipado com o mais recente processador topo de gama da Qualcomm, o Snapdragon 8 Gen 3. Este processador vem acompanhado por 12 ou 16 GB de RAM e 256 ou 512 GB de armazenamento. No nosso caso, testámos a versão mais apetrechada de 16 GB/512 GB.
Quando puxas pelo equipamento, até podes ligar o modo de desempenho que fará com que tires todo o partido do potencial do equipamento. O desempenho é, como se esperava, de topo. A pontuação no Geekbench 6 vai ao encontro de outros modelos que temos testado com este processador.
Há a declarar, no entanto, que tem alguma tendência para aquecer em jogos. Mesmo após algum tempo a jogar Pokémon GO, nota-se algum aquecimento na traseira. Mas nada que me pareça preocupante.
Interface pura, atualizações a melhorar e a IA
No campo da interface, a Asus é talvez a única fabricante que deixa os utilizadores escolher se querem usar a máscara que corre por cima do Android da própria marca ou então optar pelo Android puro. Mesmo ao escolher a interface da marca, tens apenas alguma personalização, como as definições rápidas ou controlos de volume personalizados.
Como fã de Android puro, optei obviamente por essa opção. E é bom ver uma interface tão limpa, que podemos personalizar a nosso bel-prazer, praticamente sem aplicações desnecessárias pré-instaladas. Parece uma opção simples, mas é algo que gostaria que mais fabricantes seguissem o exemplo.
Um ponto que não há como deixar passar é o suporte de atualizações. A Asus promete dois anos de atualizações de software e quatro anos de atualizações de segurança. Numa altura em que existem concorrentes a prometer quatro, cinco ou até sete anos de atualizações, este é um assunto em que a Asus tem de trabalhar em futuros modelos.
Como outros smartphones topo de gama lançados em 2024, também o Zenfone 11 Ultra chega com funcionalidades de IA. Umas mais importantes que outras, que te resumimos abaixo, para saberes com o que contar.
- Pesquisa aprofundada e inteligente para Definições - para encontrares as definições do sistema que precisas mais rapidamente
- Pesquisa rápida e inteligente de aplicações - podes pesquisar por resultados com termos relacionados
- Pesquisa inteligente de fotos - podes pesquisar por fotografias na galeria com maior precisão
- Retrato de vídeo - este é um modo que te permite dar um efeito mais cinematográfico aos vídeos
Em todas estas funções de IA de pesquisa podes contar com preparação para português. E podes inclusive descarregar pacotes com preparação das funções de IA para o idioma que te aprouver. Principalmente a função de pesquisa de aplicações por temas, pareceu-me bastante interessante.
Câmara
Vais encontrar aqui uma câmara adequada ao preço. Ou seja, a câmara de um topo de gama de entrada. E há que destacar o facto de começar a ser cada vez mais comum vermos uma teleobjetiva nesta faixa de preço.
A câmara principal de 50 MP capta boas imagens, seja de noite ou de dia. As cores tendem a ser naturais e terás bons resultados, principalmente se lidares com cenários bem iluminados. Os retratos também são de qualidade, mas sem a ‘finesse’ de modelos mais caros que testámos recentemente. Há mais falhas na distinção entre o objeto e o fundo e as cores ficam mais esbatidas.
Neste campo dos retratos é o sensor principal a captar também as imagens com zoom de 2 vezes. Quando se tiram retratos com 3 vezes zoom, já é a teleobjectiva de 32 MP a atuar. Aliás, notarás mais detalhe nos retratos de 3 vezes zoom. O smartphone consegue captar imagens com zoom até 30 vezes, que serão usáveis dependendo do contexto. Não esperes fazer um book com elas.
A ultra angular de 13 MP é provavelmente a câmara menos impressionante do setup traseiro. Tira boas imagens, mas tende a escurecer um pouco as imagens. No entanto estará lá bem presente para quando precisares de alargar o campo de visão.
A câmara frontal de 8 MP vai tirar selfies mais que suficientes para partilhares nas redes sociais. E também fará um bom trabalho naquela videochamada com a família ou mesmo numa reunião de trabalho. Não deslumbra nos detalhes, mas acerta quase sempre nos tons de pele.
No vídeo o smartphone capta até 8K a 24 fps com a câmara principal. Na minha opinião justifica-se mais captar os vídeos a 4K a 30 fps, pois parece-me que conseguimos mais detalhe. A estabilização é ótima como a Asus nos tem habituado. Abaixo podes ver um exemplo.
Bateria que impressiona
O Zenfone 11 Ultra tem uma das melhores autonomias entre os smartphones que testámos ultimamente. Com uma capacidade de 5500 mAh e o que parece ser uma ótima gestão de mesma, os utilizadores mais leves poderão inclusivamente chegar aos dois dias de autonomia.
A verdade é que os utilizadores mais exigentes poderão contar com um dia a um dia e meio de autonomia numa única carga. Infelizmente há que notar que não conta com carregador na caixa. No entanto, se como eu tiveres um carregador de 65 W por casa, poderás tirar todo o partido do mesmo.
Isto significa que tens aqui um equipamento que carrega entre 40 a 45 minutos na totalidade sem problemas. E a Asus não se esqueceu daqueles que gostam de carregar o terminal sem fios, embora seja a um máximo de 15 W. Para quem carrega dessa forma durante a noite ou na secretária não é grande problema.
Conclusão: uma opção sólida
O Asus Zenfone 11 Ultra é um smartphone muito bem pensado para o utilizador comum que quer um topo de gama Android com uma experiência sem sobressaltos. É um verdadeiro topo de gama, que não vai dececionar quem pague os 929 € pedidos pela marca.
Tem um ótimo desempenho, uma bateria estupenda e um ecrã que dá gosto usar e abusar. As câmaras não são as melhores no seu segmento de preço, mas não deixarão ninguém insatisfeito. E o software é limpo, embora a Asus tenha de trabalhar no seu suporte, pois dois anos de atualizações de software já é pouco para os padrões de 2024.
Pesando os prós e os contras, o Asus Zenfone 11 Ultra é uma opção sólida para quem procura um smartphone topo de gama por menos de 1000 €. Mas faria mais sentido chamar-se apenas Asus Zenfone 11.
Asus Zenfone 11 Ultra
Processador: Snapdragon 8 Gen 3
Ecrã: AMOLED LTPO, 6,78 polegadas, 144Hz, 2500 nits
Bateria: 5500mAh, Quick Charge 5.0, carregamento PD
Câmaras traseiras: 50 MP + 13 MP + 32 MP
Câmara frontal: 32 MP
Certificação: IP68