Em novembro deste ano, a Asus lançou a nível global a nova série gaming ROG Phone 9 equipada com o processador de topo Snapdragon 8 Elite. A marca conseguiu ser, aliás, a primeira a disponibilizar no mercado europeu este chip Qualcomm.
A promessa de poderio e potência gaming chegava sob a forma de dois novos terminais, o modelo base e Pro. Nas duas últimas semanas vivi com o Asus ROG Phone 9 e agora é chegado o momento de partilhar contigo esta experiência. Alerta Spoiler: há arestas a limar…
Unboxing
O Asus ROG Phone 9 chega numa caixa negra elegante, mas com a inscrição do seu nome num design já a sugerir a sua veia gaming.
Aberta a caixa, temos o smartphone em destaque e uma breve exploração pela mesma leva-me a encontrar o cabo USB-C e o adaptador de carregamento. Boas notícias, nem sempre tal acontece.
Mas ficamos por aqui. Nada a apontar, uma vez que se trata do modelo base da nova série e é normal ser mais humilde nos “mimos” incluídos na caixa.
Ligar o Asus ROG Phone para o configurar implica, invariavelmente, ver um trailer de um jogo e experimentar logo os atributos do terminal neste campo. É uma experiência engraçada para a maior parte dos utilizadores, se bem que todas as pessoas menos dadas a esta atividade podem não sentir o apelo e sedução pretendidos.
No entanto, não deixa de ser um bónus bem-vindo e que mostra logo ao que o Asus ROG Phone 9 vem.
Design e qualidade de construção
Quando olhamos para o design do Asus ROG Phone 9 não temos qualquer dúvida sobre a sua veia gaming. Os cantos arredondados e a sua estrutura mais robusta permitem que seja manuseado de forma bastante confortável, na posição vertical, mas sobretudo na sua orientação horizontal – na realidade, esta última é a mais importante na área gaming, visto que funciona como uma espécie de consola portátil.
Pesa 227 gramas, mas sente-se o seu peso na mão. Não considero este ponto necessariamente negativo por duas razões; em primeiro lugar, porque reflete a sua qualidade de construção bastante boa e robusta e, em segundo lugar, porque tem o peso suficiente para ser comparado a uma consola portátil de jogos. Afinal, a ideia poderá ser essa, certo?
Com alguma textura incluída, o painel traseiro do Asus ROG Phone 9 não passa despercebido, não só pelo branco vistoso, como também pelo módulo de câmara em formato quadrado e bastante saliente. De forma surpreendente, assenta bem nas superfícies, já que fica numa posição semelhante à da “prancha” que fazemos nas aulas de treino mais puxado.
Mas não há qualquer dúvida que este design foi especialmente concebido para os gamers e o logótipo Republic of Gamers está lá para o provar.
Em resumo, o Asus ROG Phone 9 tem uma qualidade de construção incrível e o seu design debita gaming por todos os seus bits e bytes. Aliás, é exatamente esta característica que o diferencia de todos os modelos atualmente disponíveis no mercado.
Ecrã fantástico, já o som…
O ecrã do ROG Phone 9 tem 6,78 polegadas, uma resolução de 2400 por 1080 pixéis, um brilho máximo de 2500 nits e uma taxa de atualização que pode chegar aos 185 Hz.
Na prática, estas especificações a trabalharem em conjunto fornecem uma experiência de visualização fantástica, seja qual for o tipo de conteúdo. Funciona às mil maravilhas na navegação da interface, é fantástico quando se trata de séries e filmes e brilha em todo o seu poder em qualquer jogo.
Mas atenção se a taxa de atualização de 185 Hz te entusiasmou, ficas a saber que esta só é possível durante os jogos e através do modo Game Genie. Caso contrário, e tratando-se da “espuma dos dias” ou como quem diz redes sociais, tens uma taxa de atualização variável entre 1 e 120 Hz que cumpre bastante bem com o que é suposto.
Uma nota bastante positiva para o leitor de impressões digitais embutido no ecrã que reconhece de forma rápida e eficaz o dedo do utilizador. Durante toda a experiência nunca falhou e é sempre uma forma muito célere e prática de desbloquear o terminal.
Agora o som. A qualidade de áudio é razoável e o desejável era que fosse estonteante. Cumpre com o que é preciso nos jogos e séries e filmes, mas não é capaz de nos fazer saltar da cadeira nos momentos de maior suspense. O mesmo acontece com playlist de música que acaba por soar um pouco apagada.
O melhor mesmo é conectar este smartphone com uns auriculares bons para que a experiência de áudio seja mais próxima do desejado. Ah, incrivelmente também tem uma entrada de áudio 3,5 mm para auscultadores com fios.
Desempenho de topo em qualquer tarefa
Tal como já foi referido, o Asus ROG Phone 9 chega equipado com o processador Snapdragon 8 Elite e estamos efetivamente perante um desempenho de e para a elite – seja gaming ou não.
Graças a este processador, o smartphone lida, maravilhosamente, com qualquer tarefa.. Não sentimos o mínimo de esforço ou lentidão e quanto mais o desafiamos com a exigência, mais o ROG Phone 9 nos prova que está à altura.O modelo em teste contava com a ajuda de 16 GB de memória RAM e 512 GB de armazenamento interno.
Na experiência de utilização diária até ficamos tontos com a rapidez e eficiência e quando chega aos jogos, brilha com todo o seu poder. Mesmo nos títulos mais exigentes, não há aqui soluços ou entraves, com o modelo a responder muito além das expetativas.
Se todos os smartphones de topo com Snapdragon 8 Elite vão fornecer este desempenho efetivamente de elite, prepara-te coração que vamos ter smartphones realmente poderosos na palma da mão. Parabéns Asus por terem conseguido mostrar aqui todo o potencial do novo chip premium da Qualcomm.
Software, atualizações e recursos IA
O Asus ROG Phone chega já a executar o sistema operativo Android 15. Estas são as boas notícias, uma vez que a marca apenas lhe dá dois anos de atualizações no software. Os upgrades de segurança estão nos cinco anos.
Esta é uma das arestas que podem – e devem ser limadas. Tendo em conta que outras marcas de smartphones vão já até aos sete anos na sua política de atualizações, a Asus está ainda numa fase pouco generosa que pode afastar alguns potenciais compradores.
Recursos baseados em Inteligência Artificial também os há, mas sobretudo na parte gaming. É pena porque, mais uma vez, a concorrência é forte nesta área. Não me interpretem mal, os recursos IA aqui disponíveis nas áreas gaming funcionam bastante bem e são úteis – por exemplo, aceleram aquelas “conversas” que alguns títulos teimam em manter.
Mas tendo em conta tudo o que já está atualmente disponível neste campo, era desejável que os utilizadores menos gamers pudessem usufruir de uma variedade de recursos IA mais ampla. Fica a dica.
Bateria: um dos pontos mais fortes
Este modelo está equipado com uma bateria de 5800 mAh de capacidade, mas parece que tem uma unidade de 7000 mAh ou superior. Estamos perante um todo-poderoso na autonomia.
Este terminal aguenta mais de um dia inteiro sem pestanejar. Podemos dar o uso que quisermos que o Asus ROG Phone 9 aguenta. O modo X puxa mais pela bateria, mas ainda assim temos garantido um dia inteiro sem carregamento necessário. Sessões gaming de quatro horas não são problema e muito menos a habitual navegação por mail, redes sociais ou de streaming.
Este é, sem qualquer sombra de dúvida, um dos pontos mais fortes do Asus Rog Phone 9. O suporte para carregamento rápido está aqui cifrado nos 65 watts com o anúncio de que carrega na totalidade em 46 minutos. Pela minha experiência, confirmo que em menos de uma hora estava totalmente “alimentado”.
Esta autonomia é um ponto crucial para o público-alvo gamer, mas também pode conquistar outros utilizadores que tenham necessidade de um autêntico portento na vida útil de bateria.
Câmara não é o ponto forte nem é suposto ser
O Asus ROG Phone 9 chega com especificações humildes na sua câmara tripla traseira. Aqui temos um sensor primário de 50 megapixéis com estabilização ótica de imagem, um ultra grande angular com 13 megapixéis e um sensor macro com cinco megapixéis de resolução.
No papel, percebemos que não é o seu ponto forte e na prática comprovamos. Debate-se com a luz dos dias com menos sol e ainda que as cores fornecidas sejam vivas, não são tão reais como o desejado.
Cumpre com os requisitos mínimos, mas não está vocacionado para captar os momentos para mais tarde recordar. Falta-lhe mais poder no hardware e até uns pozinhos no software para brilhar mais neste ponto.
Bem sei que não foi concebido com esta missão em mente, mas esta é outra aresta que a Asus pode limar e superar numa próxima iteração. Serve bem para as selfies com a sua câmara frontal de 32 megapixéis e também para as videochamadas, mas não é o smartphone que queremos para captar os melhores momentos da vida.
Notas finais
A Asus apresenta neste ROG Phone 9 um dos melhores desempenhos que já vi nesta marca. O processador Snapdragon 8 Elite brilha em todo o seu potencial e mostra todo o seu poder. Não há tarefa que não seja cumprida de forma rápida e eficiente e lida de forma brilhante com qualquer jogo, independentemente da sua exigência. Este é um smartphone com processador Elite que mostra o que é ser efetivamente de elite.
A bateria é o outro ponto forte deste modelo que fornece autonomia para mais de um dia, se estiver com o modo X desativado. Mas ainda que tenha todas as configurações nos requisitos máximos, temos um dia inteiro de bateria sem pestanejar.
Há arestas por limar, nomeadamente a política de atualizações de apenas dois anos e uma câmara que cumpre com o suficiente. A qualidade de áudio tem também espaço para melhorar.
Voltando ao bom, o ecrã é fantástico para qualquer tipo de conteúdo, o design diferencia-se da concorrência no estilo e no conforto do manuseamento.
Contas feitas, a autonomia e o desempenho são capazes de justificar o custo acima dos 1000 €, mas a câmara e os dois anos de atualizações colocam dúvidas na nossa cabeça sobre se será um bom investimento. Mas se és um gamer convicto, tens aqui uma opção a considerar.
