As péssimas condições de trabalho nas fábricas dos Apple, uma realidade que persiste em 2015

Filipe Alves
Filipe Alves
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Dejá vu? Infelizmente não. Já aqui falámos sobre as fabricas onde os nossos smartphones são fabricados, um lugar que não é propriamente um paraíso. Pois bem, como amante de tecnologia não consigo esconder a minha tristeza ao ver semelhante humilhação aos trabalhadores de várias destas fábricas.

Estas fábricas em questão pertencem à Pegatron, uma empresa que emprega mais de 100 mil funcionários e trabalha directamente para a Apple, sendo esta uma das linhas de montagem do tão dispendioso Apple iPhone 6s.

Não é novidade que construir um iPhone não sai assim tão caro, o custo dos materiais, entenda-se. Tudo o resto acresce ao valor, desde os transportes, marketing, comissões, investigação, entre outros. No entanto, aquilo que mais dói é saber que os empregados da fábrica, esses seres humanos que trabalham mais de 90 horas semanais, com horas extras obrigatórias e no final do mês recebem uns míseros 280€ de salário.

A China é uma país super desenvolvido, aliás a maior parte dos smartphones do mundo são fabricados lá, a mítica cidade Shenzen é conhecida por isso mesmo mas até o estrondoso crescimento da China parece estar a abrandar, por seu lado, as condições laborais permanecem lúgubres.

Segundo a China Labour Watch (CLW), no seu recente relatório com o sugestivo título de "Algo aqui não está bem", os funcionários desta empresa continuam a sofrer de "maus tratos" que se traduzem na sobrecarga de turnos de trabalho, suprimindo até as pausas para refeições, além de nem se darem ao trabalho de informar os trabalhadores da localização das saídas de emergência. Saídas estas que não passam de mitos, estando apenas presentes no papel, segundo o relato do investigador da CLW.

A favor da Apple há que ser dito que esta é a marca que mais controlo detêm sobre as condições de trabalho dos funcionários das suas linhas de montagem. De acordo com a CLW, a Apple irá implementar várias medidas para tentar minimizar este desrespeito pelas condições laborais. Falta é saber quando.

Este relatório da CLW termina com a resignada conclusão de que pouco ou nada mudou desde que se suscitaram as primeiras contestações a estas condições de trabalho em 2013. Segue-se uma súbita tomada de consciência por parta de Apple e tantas outras construtoras que utilizam a mesma mão de obra semi-escrava e depois, assim que o pó assentar, tudo continua perfeito desde que os smartphones cheguem na mesma às lojas. Certo?

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Filipe Alves
Filipe Alves
Fundador do projeto 4gnews e desde cedo apaixonado pela tecnologia. A trabalhar na área desde 2009 com passagens pela MEO, Fnac e CarphoneWarehouse (UK). Foi aí que ganhou a experiência que necessitava para entender as necessidades tecnológicas dos utilizadores.