
O primeiro trimestre de 2025 veio com um aumento claro na insatisfação dos portugueses em relação aos seus serviços de comunicações. Foram apresentadas 27,1 mil reclamações à Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) nos primeiros três meses do ano, um crescimento de 8% face ao mesmo período do ano anterior.
E os nomes que mais se destacam são os habituais gigantes do setor. Spoiler: não é pelas boas razões.
Grandes operadoras no pódio das reclamações

Do total registado, 66% das reclamações dizem respeito a serviços de comunicações eletrónicas, como televisão, internet e telemóvel, o que representa um total de 17,8 mil queixas e uma subida de 13% face ao primeiro trimestre de 2024. Os restantes 34% (ou 9,3 mil queixas) dizem respeito a serviços postais, com uma ligeira descida de 1%.
De acordo com o novo relatório interativo da ANACOM, o ranking geral dos prestadores de serviços de comunicações eletrónicas mais reclamados no primeiro trimestre de 2025 coloca a Vodafone no topo, com 34% do total das queixas.
Segue-se a NOS com 30% e a MEO com 25%. A DIGI, embora com uma base de clientes ainda inferior, já representa 7% das reclamações. Os restantes operadores fecham com 4%.
O que mais irrita os utilizadores?

Os principais motivos de reclamação no setor das comunicações eletrónicas apontam sobretudo para falhas técnicas e mau serviço ao cliente. Eis os problemas mais recorrentes:
- Demora ou reparação deficiente de falhas nos serviços: 2,0 mil queixas
- Falhas no serviço de acesso à internet fixa: 1,9 mil
- Falhas no serviço de televisão por subscrição: 1,3 mil
- Demora ou não resolução de reclamações anteriores: 1,3 mil
- Demora ou ligação inicial deficiente de serviços fixos: 1,1 mil
Importa sublinhar: os dados agora divulgados refletem apenas a perspetiva dos utilizadores no momento da queixa. Ou seja, não correspondem a conclusões de investigações ou a decisões formais da ANACOM.
Contudo, os números parecem dizer muito sobre o domínio destas operadoras no mercado e, simultaneamente, o grau de frustração dos consumidores em relação aos seus serviços. Os dados voltam a colocar o dedo na ferida: o setor continua a enfrentar dificuldades na fiabilidade técnica dos serviços e, talvez mais grave ainda, na capacidade de responder às queixas de forma eficaz.
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