A Apple começará em breve a pedir autorização aos utilizadores para recolher os dados e informações necessárias para a apresentação de publicidade personalizada, ou dirigida, no seu iOS 15. A próxima grande verão deve chegar no fim de setembro aos smartphones Apple iPhone.
O pedido de permissão refletir-se-á na publicidade apresentada na App Store, a sua loja de aplicações, bem como no serviço de notícias Apple News. Até ao momento, com as versões atuais do iOS 14, esta recolha de dados é feita por predefinição.
O que vale para os demais também valerá para a Apple no iOS 15
Até ao presente momento a Apple obriga as aplicações e serviços de terceiros a pedir autorização, expressa, aos utilizadores para a recolha de dados, métricas e outras informações com o propósito de gerar publicidade direcionada, os target ads. Por oposição, a Apple não estava adstrita ao cumprimento das obrigações que ela própria delineara, algo que mudará muito em breve.
Com efeito, assim que o iOS 15 for distribuído para os Apple iPhone, toda e qualquer recolha de dados terá que ser expressa e conscientemente autorizada pelo utilizador. A obrigação far-se-á sentir tanto para a Apple como para o Facebook e demais terceiros.
Na prática, também a Apple passará a ter que pedir permissão aos utilizadores para recolher informações e dados pessoais para fins de apresentação de publicidade nas suas próprias aplicações. Será, portanto, uma aplicação universal dos seus ditames recentes.
A Apple justificará o pedido de recolha de dados dos utilizadores iOS
Visível já na mais recente versão beta (de testes) do iOS 15, está um novo ecrã com o pedido de autorização. Aí é também visível a justificação dada pela empresa de Cupertino para sustentar esta recolha de métricas do utilizador para apresentação de publicidade.
O pop-up acima visível apresenta uma mensagem clara. Ao ativar a recolha de dados os agentes publicitários saberão o tipo de anúncios que os utilizadores mais gostarão de ver. Conteúdos que refletirão os gostos, pesquisas e interesses de quem usa o iOS 15.
Em simultâneo a Apple garante a privacidade desse mesmo utilizador. Segundo a fabricante, é gerado um "ID" associado ao dispositivo, sem que nenhuma informação associada ao Apple ID seja partilhada com o gestor publicitário.
Desse modo, os utilizadores Apple poderão usufruir de publicidade que vá ao encontro dos seus interesses, mas sem abdicar da sua privacidade. É uma promessa atraente, tentando combinar os melhores aspetos de cada realidade.
A Apple quer garantir a privacidade dos utilizadores com o iOS 15
Mesmo que o utilizador dê a sua permissão, a Apple deverá usar dados que não permitam às empresas obter as suas informações pessoais. Entre este tipo de dados inclui-se, por exemplo, a localização caso o utilizador a tenha ativa, entre outras métricas.
Aliás, poderão também recolher alguns dados com base no histórico de compras na App Store para ajudar a personalizar as publicidade apresentadas nas apps da própria Apple.
De qualquer modo e a qualquer momento o utilizador poderá desativar esta personalização das publicidades nas Definições. É, por fim, curiosa a escolha de palavras por parte da Apple que opta por termos como "personalização" e não por "rastreamento".
A diferença é meramente terminológica, mas é irrefutável o poder da semântica. Atualmente a palavra "rastrear" e monitorizar têm uma conotação pouco positiva, ou mesmo negativa.
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