Apple envolvida em polémica com a sua IA responde às acusações

Mónica Marques
Mónica Marques
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As plataformas de Inteligência Artificial (IA) não “nascem” ensinadas. É preciso fornecer-lhes conteúdo para treinar os algoritmos para que estes deem respostas corretas e precisas.

Várias empresas tecnológicas já se viram envolvidas em polémicas pela utilização de conteúdos para treinar a sua tecnologia IA sem autorização dos autores. Desta vez, é a Apple que está no centro da polémica, mas a empresa de Tim Cook não perdeu tempo e já deu a sua resposta.

O que está em causa

Conferência Apple WWDC
Durante a conferência WWDC 2024, a Apple falou sobre a sua plataforma Inteligence AI Crédito@Apple

Na origem de toda a polémica estão notícias de que dão conta de que a Apple terá usado conteúdo de vídeos do YouTube e respetivas legendas para treinar os seus modelos de IA, sem autorização prévia dos autores destes mesmos vídeos.

De acordo com informações divulgadas, a empresa de Tim Cook terá usado mais de 17 mil vídeos, entre os quais se incluíam conteúdos dos comediantes Stephen Colbert e Jimmy Kimmel.

Segundo a publicação Wired, os conteúdos em causa foram supostamente selecionados e tratados pela empresa EleutherAI com o objetivo de criar material para treino para programadores pequenos e pessoal académico.

Mas parece que grandes empresas tecnológicas como a Apple, Nvidia e Salesforce estavam também a recorrer a este conjunto de conteúdos da EleutherAI para treinar as suas plataformas de Inteligência Artificial.

A resposta oficial da Apple

Desta vez, a Apple não perdeu tempo e já respondeu oficialmente a estas acusações.

De acordo com o site Phone Arena, a Apple usou legendas do YouTube para treinar uma plataforma sua, mas não terá recorrido a estes conteúdos para a Apple Inteligence AI.

Mais especificamente, a resposta da empresa foi: “a Apple nega usar dados obtidos sem autorização dos criadores de conteúdo para treinar o Apple Intelligence. No entanto, admite ter usado as legendas do YouTube para treinar modelos OpenELM de código aberto lançados em abril. O Open ELM não alimenta a iniciativa Apple Intelligence AI da empresa ou qualquer um dos seus recursos de IA e Machine Learning.”

Também a OpenAI e a Meta já se viram envolvidas em polémicas semelhantes. Mas estas duas empresas defenderam-se apoiando as suas ações na doutrina Fair Use. Esta doutrina permite a utilização de material com direitos de autor, mas em situações específicas.

Mónica Marques
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Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt