A acusação é feita pela Apritel, a Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas, entidade que refutou as informações avançadas pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), sobre os preços praticados pela MEO, NOS e Vodafone Portugal.
Em declarações recentes através de comunicado à imprensa, a Apirtel acusa a ANACOM de insistir numa "inaceitável e distorcida" visão de mercado ao olhar para a evolução dos preços das comunicações, além de defender as operadoras em Portugal.
Apritel vem defender a MEO, NOS e Vodafone Portugal
"A Apritel considera inaceitável e distorcida a visão do regulador sobre a evolução dos preços das comunicações, a qual transmite uma imagem incorreta do setor das comunicações eletrónicas e de Portugal, pelo que manifesta a sua indignação", pode ler-se na nota à imprensa partilhado poucas horas após a nova exposição feita pela ANACOM.
Recordamos que a ANACOM apontou o dedo às operadoras, ao publicar as suas constatações com base em dados da Eurostat. Aí, apurou que o preço das comunicações em Portugal subiu 6,5% entre 2009 e 2020, sobretudo devido aos "acertos de preços".
Portugal está assim, de acordo com a ANACOM, em contra-mão com a média europeia em que os preços baixaram 10,8% no mesmo período de 11 anos. Perante estas afinações, a Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas sai em defesa do setor.
Em causa está a nova exposição da ANACOM às operadoras
A defesa da Apritel baseia-se no facto de a ANACOM se ter alheado ao que teve lugar nos últimos 12 meses em Portugal. Isto é, os ajustes feitos pelas operadoras nacionais que resultaram na baixa dos preços das telecomunicações em 2,1% segundo a Apritel.
Aliás, em Portugal os preços baixaram no último ano, ao passo que a média europeia estabilizou e, de acordo com a associação, "Portugal é o 5.º país em que os preços mais desceram".
A crítica prende-se sobretudo com os destaques negativos que a ANACOM escolheu. Pontos como o facto de Portugal ser o 23.º país com aumentos mais elevados nos preços. Algo que a associação considera ser "uma forma incorreta e pouco transparente de retratar o que verdadeiramente se verifica", apontou a Apritel.
A Apritel garante ainda que "em Portugal os preços desceram, não aumentaram. Não só a taxa de variação média do índice de preços foi negativa, como esta descida de preços foi superior à média europeia", queixa-se a associação. Aproveitando ainda para considerar "objetivamente incorreto e enganador falar em aumento de preços".
A Apritel rebate todos os pontos expostos pela ANACOM
O restante comunicado à imprensa vem rebater todos os pontos avançados pela ANACOM. Afirmando que "não é aceitável que a ideia transmitida seja a de que Portugal é o 23.º país com aumentos de preços mais elevados quando a mensagem mais correta, direta e simples de entender é a de que Portugal é o 5.º país com as maiores descidas de preços", trecho destacado pelo Jornal Económico com base na nota publicada pela Apritel.
Em síntese, a Apritel afirma que a ANACOM escolheu os indicadores que mais lhe convinham para passar uma imagem enviesada da MEO, NOS e Vodafone em Portugal. Dados que passam sobretudo uma imagem errada de Portugal aos olhos da associação.
Por fim, através das respetivas redes sociais vários representantes e executivos das operadoras nacionais também expressaram o seu desagrado perante a ação mais recente da ANACOM.
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