As zonas predominantemente rurais são as que pior qualidade no acesso à Internet móvel têm, face às urbanas. As conclusões são avançadas pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) ao avaliar a MEO (Altice), NOS e Vodafone Portugal.
Com o teletrabalho e o ensino à distância a serem uma realidade imposta pelo estado de emergência devido à pandemia da COVID-19, o acesso à Internet é uma das prioridades atuais. É também um tema frequente de discussão e alvo de várias queixas em Portugal.
ANACOM expõe a realidade das regiões rurais de Portugal
A ANACOM deu a conhecer um novo estudo de avaliação do desempenho de serviços móveis de voz e dados (Internet). Apurando também a cobertura do serviço GSM (2G), UMTS (3G) e LTE (4G) fornecido pelo pela MEO (Altice), NOS e Vodafone Portugal.
O estudo debruça-se sobre cinco regiões geográficas de Portugal Continental, a saber, o Alentejo, Algarve, Área Metropolitana de Lisboa, região Centro e Norte do país. Estas foram as zonas em estudo pelo regulador de mercado.
As conclusões apontam no sentido de as zonas rurais terem mau desempenho no acesso à Internet móvel comparativamente às zonas predominantemente urbanas. A disparidade na cobertura e qualidade da mesma é posta em evidência.
Em particular no Alentejo, os serviços de voz e tráfego de dados têm "bons desempenhos globais, sendo mais visíveis diferenças entre os operadores e as tipologias de áreas urbanas ao nível da velocidade de transferência de dados. Tanto no download como no upload", aponta a ANACOM no seu estudo.
A maior velocidade regista-se nos centros urbanos
Seguindo a mesma publicação é nos centros urbanos onde os portugueses têm o melhor serviço de acesso à Internet por dados. Mais concretamente, no indicador de velocidade de transferência de dados. Aí, "os melhores desempenhos são observados nas áreas predominantemente urbanas".
Importa sublinhar que o estudo tem por base as observações registadas entre 7 a 28 de maio de 2019, ao longo de 3539 quilómetros e 342 medições em diferentes pontos do Alentejo.
O estudo mostra-nos que nas áreas predominantemente urbanas do Alentejo temos "os melhores desempenhos, com rácios médios de sucesso no estabelecimento e manutenção de sessões de dados de 97,7% na transferência da página web de referência, e de 93,8% na transferência da página web pública, com diferenças significativas face às restantes tipologias urbanas".
Em síntese, apura-se um melhor serviço nas áreas urbanas do que nas zonas rurais.
Acesso ao YouTube e streaming também regista diferenças
O estudo da ANACOM aponta também diferenças no desempenho no acesso aos serviços de streaming como a Netflix e o YouTube para ver vídeos no telefone. Aí, novamente, nas áreas urbanas a qualidade foi mais que nas zonas rurais.
Esta mesma realidade foi observada nas operadoras MEO (Altice Portugal), NOS e Vodafone Portugal enquanto principais operadores. Pode ainda ser dito que, independentemente da região em apreço, esta realidade manteve-se.
A ANACOM aponta ainda uma maior latência - tempo decorrido desde a emissão do sinal até à sua receção pelo dispositivo - nas regiões rurais. Algo particularmente notório ao aceder a serviços como o YouTube e às plataformas de streaming. De igual modo, esta realidade foi constatada nos serviços de dados móveis fornecidos pela MEO, NOS e Vodafone Portugal.
MEO, NOS e Vodafone com pior serviço no Norte de Portugal
A diferenças foram mais gravosas no Norte de Portugal. Região em que "nas áreas predominantemente rurais observa-se uma degradação acentuada", referindo-se aqui a ANACOM ao rácio de quebra nas sessões de dados, ou falhas de serviço.
É na região Norte onde a disparidade entre a qualidade do serviço nas regiões urbanas é mais evidente face ao desempenho nas regiões rurais. O mesmo pode ser dito da velocidade de transferência de dados, com os melhores desempenhos nas regiões urbanas.
Por outro lado, é na Área Metropolitana de Lisboa onde as diferenças são menos acentuadas. Aí, a ANACOM aponta "bons ritmos médios de transferência de dados". Denota ainda a presença de um serviço de navegação da Internet com "razoáveis durações médias de transferências de páginas web", conclui o estudo do regulador.
Há, em síntese, fortes disparidades na qualidade do serviço no território luso. São mais acentuadas na região Norte e menos evidentes na Área Metropolitana de Lisboa.
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