A ANACOM (Autoridade Nacional de Comunicações) apresentou um novo relatório que analisa o estado do serviço de telefone fixo em Portugal. E as conclusões do mesmo questionam até que ponto este ainda é necessário nas casas dos portugueses.
Os dados reportam ao primeiro trimestre de 2024 e revelam que mais de 95% das famílias têm telefone fixo em casa. No entanto, perto de 50% revela que não usa esta forma de comunicação.
Número de telefones fixos em Portugal aumentou
O relatório em causa mostra que nos primeiros três meses do ano havia cerca de 4,5 milhões de clientes com telefone fixo em Portugal. Esta cifra representa um aumento de 1,2% face ao mesmo período de 2023.
Importa, no entanto, referir que este crescimento deriva de um crescimento da penetração deste serviço nos pacotes de telecomunicações nacionais. Ou seja, este valor cresceu porque as operadoras assim o exigem.
Mas é quando olhamos para os valores de utilização deste serviço que questionamos a sua necessidade atual. Segundo os dados da ANACOM, o número de minutos nesta modalidade de comunicação caiu 11,4% face ao período homólogo de 2023.
O órgão regulador refere que o tempo médio mensal das comunicações entre serviço fixo e fixo é de 39 minutos. Já as chamadas do fixo para o móvel apresentam uma média de 8 minutos, ao passo que as chamadas internacionais rondam 1 minuto.
Quase metade das famílias admite não usar o telefone fixo
Recuperando as conclusões do Setor das Comunicações em 2023, percebemos que 48,6% das famílias não usam o telefone fixo. Isto levanta a questão sobre a real necessidade deste serviço nas casas dos portugueses.
Este valor é justificado pelo sentimento de não utilidade do serviço fixo no panorama atual. Contudo, os pacotes de telecomunicações das operadoras nacionais continuam a impingir este tipo de serviço aos seus clientes, independentemente do seu desejo.
Relativamente ao peso de cada operadora no serviço de telefone fixo, a MEO é quem lidera o mercado com uma quota de 41,7%. Em segundo lugar surge a NOS com 34,1%, seguido da Vodafone com 21% e da NOWO com 2,5%.