A possibilidade de a Microsoft estar a preparar um smartphone com ecrã dobrável surge de forma cíclica, há vários anos, e existem algumas razões para isso.
Por um lado, o comportamento imprevisível da empresa em relação à sua aposta no hardware e software móvel mantém sempre o regresso a este segmento do mercado como hipótese.
Depois, o hype à volta dos modelos com ecrãs dobráveis vai alimentando rumores, que muitas empresas aproveitam para manter as suas marcas associadas a temas tecnologicamente ‘trendy’.
E há as patentes - as famosas patentes que muitos fabricantes registam na esperança de, um dia, concretizar o lançamento um produto inovador. Como acontece agora com a Microsoft, que atualizou uma patente de 2021 para aquilo que sugere ser um smartphone com ecrã dobrável, mas de conceito original.
Ecrã dobrável para os dois lados
A renovada patente da Microsoft, relativa a um dispositivo móvel com ecrã dobrável, tem origem na ideia para uma suposta versão do Surface Duo, que teria um design com ecrã duplo ou um ecrã dobrável, mas cujo projeto foi abandonado.
A diferença é que a nova proposta apresenta uma inovação que promete resolver o aparecimento de vincos no ecrã.
De acordo com imagens publicadas pelo GizChina, a patente revela agora um dispositivo com único ecrã dobrável, com a particularidade de se dobrar para dentro e para fora. A ideia será esconder o excesso do ecrã no chassis do equipamento à medida que é dobrado, de forma a não criar vincos ou depressões na sua superfície quando está aberto.
A mesma fonte indica que a renovada patente detalha as técnicas de fabrico necessárias para conseguir este tipo de ecrã, e que passam pela ‘gravação a húmido’ e o corte a laser.
Qual a probabilidade de termos um ‘foldable’ Microsoft?
A existência de uma - ou mais – patentes relativas a um determinado dispositivo não significa, por si só, que quem a registou vai desenvolver e lançar esse mesmo equipamento. Muitas vezes destina-se a proteger a propriedade intelectual de um produto, ou a salvaguardar a propriedade intelectual de determinadas tecnologias, que poderão ser usadas para concretizar esse produto, ou outros.
Aliás, muitas vezes as tecnologias protegidas por essa propriedade intelectual acabam por ser licenciadas a outras empresas, sem nunca se concretizar o produto real que esteve na origem da patente.
No caso deste dispositivo da Microsoft, caso veja a luz do dia poderá surpreender o mercado com a tecnologia do ecrã proposta, mas nada garante que tal aconteça.
Enquanto a dúvida permanece, a Microsoft pode aproveitar o tal hype e manter a expectativa de entrar num segmento de mercado onde, diga-se em abono da verdade, nunca conseguiu ter uma presença estável.